A ministra dos Povos Indígenas disse que além das mortes em decorrência de conflitos de terras, Mato Grosso do Sul apresenta o maior índice de feminicídio entre as mulheres das aldeias. A afirmação aconteceu nesta sexta-feira (29), durante a Assembleia da Atyguassu, realizada na Aldeia Limão Verde, em Amambai.
“MS tem uma violência que é decorrente dos conflitos fundiários, mas tem também, uma violência interna que a gente precisa discutir. O estado tem também índice de feminicídio entre as mulheres indígenas muito alto”, afirmou Guajajara.
Segundo ela, é preciso enfrentar isso com o apoio dos homens, por que as mulheres já sofrem violência externa e ainda sentem a violência dentro das suas próprias casas. “Não dá mais pra gente suportar isso”, lamentou a ministra.
“Temos que discutir as políticas públicas para as mulheres e queremos estabelecer um programa das mulheres guardiãs. Tanto as mulheres guardiãs da cultura do território, quanto também as mulheres que lutam contra a violência”, conclamou Guajajara.
Feminicídio em Dourados
Na última quarta-feira (27) Vanderli Gonçalves dos Santos, de 48 anos, moradora da Aldeia Jaguapiru, em Dourados, foi assassinada pelo próprio marido com um tiro na cabeça. O crime aconteceu após uma discussão.
O acusado passou a noite bebendo e ‘curtindo’ após o assassinato. Ele, que acumula 17 passagens pela polícia, fugiu após o crime, mas acabou preso na manhã desta quinta (28).
Segundo explicou o delegado Erasmo Cubas, do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil, ao que tudo indica, a vítima foi assassinada com tiro à queima-roupa, pois ela estaria sentada ao lado da cama, quando foi alvo do disparo na cabeça.
Após matar Vanderli, o marido fugiu em uma caminhonete e teria passado a noite ingerindo bebida alcoólica e usando drogas. Logo pela manhã, ele buscou duas mulheres, sendo uma adolescente. Fonte: Midiamaxuol