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Agronegócio brasileiro prepara projeto de comunicação

por Redacao
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Diversas entidades representativas do agronegócio e importantes empresas do segmento reuniram-se para preparar um projeto de comunicação a longo prazo para mostrar à opinião pública a verdadeira capacidade e potencial da agricultura brasileira. O lançamento foi anunciado durante o painel da manhã do 9º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), promovido pela Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, nesta segunda-feira, dia 9 de agosto, em São Paulo.

“Estamos expostos a múltiplas interpretações, muitas delas sendo críticas negativas radicais e até mal-intencionadas, criando situações que maculam gratuita e injustamente a nossa imagem por isso precisávamos nos defender e apresentar a agenda positiva de nosso setor”, afirmou Carlo Lovatelli, presidente da ABAG. “Nosso objetivo é que o Congresso seja o corte seccional entre a velha e a nova era de comunicação do agronegócio”, ressalta.

Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, acrescentou que o projeto tem o intuito de divulgar o agronegócio brasileiro por isso será institucional, ou seja, impessoal, sem assinatura e sem privilegiar nenhuma personalidade ou entidade. “Com isso resolveremos o principal problema de nosso setor que é o branding”, explica. O termo é utilizado para definir o conjunto de práticas e técnicas que visam a construção e o fortalecimento de uma marca.

O problema foi identificado por Roberto Duailibi, sócio-diretor da DPZ Propaganda. “O agronegócio significa muita coisa: é leite, é commodities, é carne, é maquinário, é manifestações, é leilões, entre outros. Não existe uma imagem ou palavra que resuma o setor. É preciso criar uma marca que defina todas as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro”, ressaltou.

O executivo contou sobre o caso do café da Colômbia, que criou o personagem Juan Valdez como marca, e hoje é conhecido mundialmente como um produto de qualidade com share superior ao do Brasil.

Segundo Duailibi, quando esta identificação positiva se torna forte o bastante, a marca passa a valer mais do que o próprio produto oferecido. “O agronegócio brasileiro precisa apresentar seu core business para o mundo que é abastecer todos os lares”, explicou. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico reforçam essa afirmação já que em 10 anos a demanda mundial por alimentos crescerá 20% e o Brasil será responsável pelo abastecimento de 40% deste percentual.

Para Geraldo Alonso Filho, presidente da FGF Agricultura & Negócios, essa iniciativa é importante porque, caso contrário, os desafios que aparecerão não serão superados. “O agronegócio chegou a representar 25% do PIB, no entanto os investimentos em comunicação não passaram de 1% desse valor. A Comunicação é um ativo, um insumo necessário e funciona”, resumiu.

De acordo com José Luiz Tejon Megido, presidente da TCAI Consultores, é a primeira vez que a comunicação é colocada como tema em um evento do porte do 9º CBA. “O Brasil desconhece a nova classe média produtora que é distinta dependendo de sua localidade e mais diferente ainda se comparada ao imaginário da maior parte da população. Precisamos reunir essa classe com a nova classe média brasileira para mostrar que não há distinção entre elas”, explicou.

Hiran Castelo Branco, presidente do Conselho Nacional de Propaganda, sugere que antes de definir alguns pontos no projeto é preciso realizar uma pesquisa com a população urbana brasileira para saber como ela percebe o agronegócio e o campo. “Assim será possível identificar os gargalos que precisam ser superados para que a população tenha a percepção correta sobre o setor”, completa. O presidente ainda propôs ao diretor de pós-graduação da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, Licínio Motta, que a faculdade ajudasse na análise dessa pesquisa. Proposta aceita por Motta.

Solenidade de abertura

A solenidade de abertura do 9º CBA contou com a participação de Carlo Lovatelli, presidente da Abag, Luiz Carlos Guedes Pinto, vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil, do deputado federal Abelardo Lupion, presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, José Geraldo Fontelles, secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gilman Viana, Secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais, Pedro Antonio Arraes Pereira, presidente da Embrapa e Marcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras.

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