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Mesmo fechada, empresa de Campo Grande fez grande compra de “milhões de litros de metanol”

por Redacao
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Empresa está em condições de abandono – Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

A Brasq Química, empresa investigada na Operação Alquimia, na manhã desta quinta-feira (16), esteve envolvida em uma compra de grande quantidade de metanol recentemente, mesmo de portas fechadas desde o ano passado, segundo fontes apuradas pelo Correio do Estado.

Ainda de acordo com a apuração, “milhões de litros de metanol” foram comprados em nome da empresa, porém nunca foram entregues no local, ou seja, habilitando a prática criminosa de “laranja”.

O local não possui grande fluxo diário de pessoas, além disso, os moradores da Vila Albuquerque, local onde a empresa está situada, sequer acreditavam que a empresa estava funcionando. “Eu nem sabia que isso estava em funcionamento. Fiquei foi surpresa com a presença da polícia nesta manhã”, disse uma moradora que não quis ser identificada.

A força-tarefa foi composta pela Polícia Federal (PF), Receita Federal, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Além da Capital, a operação ocorreu em uma fabricante de fertilizantes em Dourados e Caarapó, porém não foram encontradas irregularidades.

A operação ocorre de forma simultânea também em São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina, atingindo 24 empresas envolvidas com a cadeia do metanol, que atuam desde a importação até sua suposta destinação irregular a fábricas clandestinas de bebidas e postos de combustíveis.

As empresas-alvo foram selecionadas com base em indícios de participação direta ou indireta na distribuição de metanol para fins ilícitos, incluindo importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas do setor sucroalcooleiro.

Alvos

Importadores, responsáveis pela entrada legal do metanol no país, usados em processos industriais e revenda
Terminais marítimos, onde são movimentados grandes volumes de metanol antes do encaminhamento a fábricas ou clientes
Empresas químicas, que compram o metanol para uso industrial, mas que, segundo as investigações, teriam desviado parte do produto para fins ilícitos, como a fabricação de bebidas
Destilarias, suspeitas de adquirir metanol de “noteiras” com notas fiscais falsas, indicando motoristas e caminhões que nunca chegaram aos destinos informados, caracterizando possível fraude documental
Usinas produtoras e distribuidoras de etanol anidro e hidratado, inseridas em pontos estratégicos da cadeia para o rastreamento de lotes possivelmente adulterados.

Além das três cidades de Mato Grosso do Sul, as ações ocorrem nas seguintes localidades:

Mato Grosso: Várzea Grande
Paraná: Araucária, Colombo e Paranaguá
Santa Catarina: Cocal do Sul
São Paulo: Araçariguama, Arujá, Avaré, Cerqueira César, Cotia, Guarulhos, Jandira, Laranjal Paulista, Limeira, Morro Agudo, Palmital, Sumaré e Suzano
Operações anteriores revelaram que o uso de metanol acima do permitido (menor que 0,1%) em bebidas vem crescendo, sobretudo em fábricas clandestinas, que utilizam produtos de baixo custo e alta toxicidade para falsificar bebidas vendidas em larga escala.

Segundo o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), o setor de bebidas alcoólicas sofre um prejuízo anual estimado em R$ 85,2 bilhões devido à adulteração, falsificação, contrabando e produção irregular, com grande impacto na sonegação de tributos e na concorrência desleal com empresas regulares.

A prioridade da força-tarefa é interromper a cadeia de distribuição irregular do metanol, identificar todos os envolvidos no esquema (da importação ao consumo final) e responsabilizar criminalmente os operadores dessa rede. Fonte: Correio do Estado

 

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