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Na Capital, comer em casa compensa mais que fazer refeições na rua

Preço da alimentação em domicílio caiu 1,60%; para comer na rua, Capital é a mais cara do Centro-Oeste

por Redacao
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Campo Grande é a capital mais cara do Centro-Oeste para se alimentar fora de casa – Foto: Gerson Oliveira/ Correio do Estado

Em Campo Grande, a velha e boa comida caseira ainda é a opção mais barata para a população. Em confirmação, os preços da alimentação em domicílio apresentaram queda de 1,60% no mês de julho deste ano, superando a média nacional, que registrou uma redução de 1,51% no mesmo período.

Já a pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) coloca a Capital como a mais cara da região Centro-Oeste para se comer fora.

Essa é a segunda vez neste ano que o subgrupo de alimentação em casa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do País – apresenta um resultado que indica queda.

Por outro lado, os dados divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um aumento de 2,81% nos preços da alimentação em casa na Capital no acumulado do ano, valor que ficou abaixo da inflação nacional para o subgrupo, que registrou crescimento porcentual de 3,99%.

No acumulado de 12 meses a tendência de alta dos preços permanece e chega a 2,56% em Campo Grande, enquanto a média no País é ainda maior, ficando em 4,05%.

Segundo o doutor em Economia Michel Constantino, a alimentação em casa é uma das melhores alternativas para encontrar preços mais baixos, seja pela procura por promoções e oportunidades de preços, seja pela redução de custo no preparo. “Em domicílio, a família reduz os encargos cobrados das empresas”, aponta.

Em comparação com a alimentação fora de casa, Constantino destaca que em 90% dos casos é mais custosa. “Pelo aumento constante de preços, de impostos, salários, gás, encargos sociais e combustíveis do transporte, os preços tendem a serem mais elevados”, avalia.

O mestre em Economia Lucas Mikael ressalta que o cenário demonstra a capacidade do produtor agropecuário de se adaptar as dificuldades impostas no campo: “Mesmo diante de um período difícil eme relação às intempéries climáticas, o produtor conseguiu administrar o cultivo e levar o produto para mesa dos consumidores sem grandes aumentos”.

Para os próximos meses, Constantino projeta, com base no relatório Focus, do Banco Central do Brasil (BC), que a inflação deve se manter em patamar alto. “É possível que ainda tenhamos alta, como tem sido apresentado sistematicamente”, diz.

Consumidores

Na prática, consumidores consultados pelo Correio do Estado relatam em sua grande maioria que mesmo com uma redução ínfima é possível observar um impacto sobre os preços dos alimentos.

“Verdura e legumes eu tenho notado uma diferença em relação ao começo do ano, quando os preços estavam impossíveis”, relata a assistente educacional Sônia Aparecida, de 55 anos.

Para a operadora de caixa, de 32 anos, de um supermercado de Campo Grande, que preferiu não se identificar, é possível verificar a mudança nos preços de alguns produtos: “O tomate é um dos que sempre me assusta, com o quilo chegando a quase R$ 10. Já nas últimas semanas ele andou dando uma baixada, chegando a R$ 6,99, em média”.

Quando questionado sobre o preço da carne bovina, o aposentado Mário Albuquerque, de 67 anos, afirma que a queda não foi grandes coisas: “Ficou mais barata sim, principalmente comparado com o ano passado, mas acho que tem muito para ser melhorado ainda”.

“Não consigo ver muita diferença positiva em nenhum item. Pelo contrário, está cada vez pior ir ao supermercado nessa cidade. Lá em casa estamos comprando o básico, pois está tudo sempre muito caro”, revela Amanda Gil, de 23 anos, atualmente do lar.

Alimentos

Entre os alimentos com maiores reduções registradas em Campo Grande estão as verduras, as frutas e os legumes, um resultado positivo para os consumidores. Os tubérculos, as raízes e os legumes foram o grupo com a maior redução, com uma queda de 19,14%, no mês passado.

Atribuída à abundância na oferta e ao aumento da produção local, o quilo do tomate chegou a uma retração de 32,72%, porcentual maior do que o registrado em âmbito nacional, cuja queda foi de 31,24% para o fruto.

Como já divulgado pelo Correio do Estado, na outra ponta, de toda a Região Centro-Oeste, a capital sul-mato-grossense apresenta o maior custo para comer fora de casa em termos de preço médio de uma refeição completa.

De acordo com uma pesquisa da ABBT, o valor médio de uma refeição completa fora de casa em Campo Grande neste ano é de R$ 53,24.

Esse valor representa um aumento de 8% em relação ao ano passado, quando o preço médio era de R$ 49,29. O estudo define uma refeição completa como um prato principal em self-service, uma bebida não alcoólica, uma sobremesa e um café. Fonte: Correio do Estado

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