A cada ano, o número de pessoas que precisa usar óculos sobe exponencialmente. No último levantamento feito pelo Sistema Nacional de Trânsito (SNT) e avaliado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), mais de 25 milhões de pessoas têm suas carteiras de habilitação com a observação do uso obrigatório de óculos de grau ou lentes de contato.
O estudo analisa também que, há dez anos, esse número era 44% menor, representando 14 milhões de brasileiros. Especialistas afirmam que essa mudança de cenário se dá principalmente por alguns fatores: o envelhecimento da população, o aumento de doenças oculares com diagnóstico tardio e o uso excessivo de telas.
“Podemos dizer também que, de alguma forma, a pandemia impactou esse cenário. Quanto mais tempo as pessoas passavam dentro de casa, mais elas usavam os celulares, tablets e computadores para se entreterem. Agora que a vida voltou ao normal, elas precisaram dirigir novamente para retornar às atividades e se viram obrigadas a usar óculos ou ajustar para o grau mais atual”, explica Dr. Celso Cunha, médico oftalmologista e consultor da Hoya Vision Care, empresa japonesa que produz lentes para óculos de alta tecnologia desenvolvidas para correção de problemas da visão.
Esse retorno para a vida normal deixou muitas pessoas incomodadas com o fato de precisarem usar óculos para dirigir. Entretanto, quando o acessório é dispensado, existe uma chance grande de que elas não vejam as placas com a clareza necessária e possam causar acidentes graves.
“É muito importante que a saúde ocular e os óculos não sejam negligenciados. Eles existem por um motivo, e quando não é possível utilizá-los, tem a opção das lentes de contato. Indicamos que as pessoas façam exames uma vez por ano, para ter um diagnóstico precoce. Vale ressaltar que, a partir dos 40, a vista começa a dar sinais de cansaço. É a idade que pode surgir alguns problemas de visão específicos, como a presbiopia, e o oftalmologista pode indicar mais de uma visita ao ano”, afirma o especialista.