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Peregrinação à Meca é um dos preceitos do Ramadã; turismo se mobiliza

por Redacao
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O Ramadã –mês de jejum anual dos muçulmanos– começa nesta quarta-feira ou quinta-feira, dependendo do país, em condições extremamente rigorosas, com o forte calor que afeta o hemisfério norte.

Quase 1,5 bilhão de muçulmanos no mundo devem iniciar o mês de jejum e as orações rituais do Ramadã, que celebra a revelação divina recebida por Maomé.

O primeiro dia do Ramadã será formalmente determinado na madrugada de terça-feira para quarta-feira, quando em cada país se observar o primeiro quarto crescente da lua. Segundo a nação, o mês de jejum começará na quarta-feira ou quinta-feira e terminará em meados de setembro.

O mês de jejum e orações é um dos cinco pilares do islã, ao lado da profissão de fé, a obrigação de orar cinco vezes por dia, dar esmola e a peregrinação à Meca.

Durante o período, os fiéis devem abster-se de comer, beber, fumar e manter relações sexuais, do amanhecer até o pôr-do-sol. O jejum é concebido como um esforço espiritual e uma luta contra a sedução dos prazeres terrenos.

Vários países demonstraram flexibilidade, levando em consideração as dificuldades de algumas pessoas para cumprir o jejum e os perigos ligados ao verão. Desta maneira, as mulheres grávidas, os enfermos e os turistas estão autorizados a não jejuar.

Nos Emirados Árabes Unidos, uma recente fatwa (decreto religioso) autorizou os trabalhadores expostos ao clima da região a romper o jejum se nãi aguentarem a onda de calor, com o objetivo de evitar a desidratação.

A fatwa foi proclamada após o pedido de um funcionário de uma plataforma de petróleo, que teme pela saúde em condições climáticas extremas.

No Egito, as autoridades decidiram mudar a hora do país durante o mês de jejum e, assim, o sol se ocultará uma hora mais cedo e a hora do iftar –a esperada refeição que encerra o jejum– chegará mais cedo.

TURISMO FAVORECIDO

O fato do Ramadã coincidir este ano com as férias de verão inquieta a indústria turística da região, preocupada com a possibilidade dos ricos visitantes árabes procedentes da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Líbia optarem por ficar em casa para passar o período tradicional em família.

Por este motivo, o ministério egípcio do Turismo iniciou uma campanha para convencer os ricos turistas árabes, que viajam ao Cairo no verão, que uma vez passado o momento austero do jejum poderão desfrutar de animados jantares com fogos de artifício, espetáculos, concertos e danças folclóricas às margens do Nilo.

O aumento do preço dos alimentos durante o Ramadã é comum em alguns países muçulmanos, em consequência de jantares e festas de família depois do jejum. Na Mauritânia, a alta dos preços de vários produtos de primeira necessidade levou o governo a anunciar “medidas urgentes”.

Na França, onde 70% dos mais de cinco milhões de muçulmanos –a maior comunidade na Europa– respeitam o Ramadã, muitas lojas e supermercados estão repletos de carne halal, especiarias e cuscuz, apesar de alguns estabelecimentos se negarem a fazer publicidade abertamente.

Na Indonésia, que com 240 milhões de habitantes é o país muçulmano de maior população do mundo, o ministério das Comunicações anunciou uma ofensiva contra sites pornográficos e faz campanha para a “manutenção dos corações limpos durante o mês sagrado”.

O Ramadã acontecerá durante o verão nos próximos anos, já que o cálculo das festas religiosas muçulmanas é feito de acordo com um calendário baseado no ciclo lunar.

Folha.com

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