O Instituto do Parque do Pantanal (IPP), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, Governo do Estado, Imasul, Ibama, Embrapa, e Instituto Chico Mendes em Defesa da Biodiversidade, lançam nesta segunda feira, 26 de julho o Projeto Jacaré em Mato Grosso do Sul. A proposição do projeto é de iniciativa do Instituto do Parque do Pantanal.
Segundo informações da presidente do IPP, Regiane Figueiredo na ocasião será lançado o projeto RAN, núcleo nacional de répteis e anfíbios do Ministério do Meio Ambiente e, consequentemente o Projeto Jacaré.
Segundo ela, o principal objetivo do Projeto Jacaré é a produção sustentável para o Pantanal. ” Todo processo é realizado sob o Sistema Aberto de Produção e Recria, na própia área onde vive a espécie. Esse processo leva em consideração a importância socioeconômica do Jacaré – do – Pantanal para as comunidades que vivem nas áreas pantaneiras aliado ao manejo sustentável na região do Pantanal”, explicou Regiane Figueiredo.
“Essa é uma maneira ecologicamente correta de tentar estabelecer o uso comercial e sustentável da espécie que inclusive, já esteve a beira da extinção em consequência da caça indiscriminada”, enfatizou.
Funcionamento
O sistema de produção e recria funciona da seguinte maneira; os ninhos são protegidos pelos produtores, que garantem a a incubação e a eclosão dos ovos, ao nascerem os filhotes são mantidos em ambientes muito parecidos com aqueles onde eles vivem naturalmente no Pantanal. A alimentação é através de técnicas que atraem para o local as presas naturais do jacaré-do-pantanal,entre elas insetos,entre outros.
Regiane Figueiredo explica ainda que, depois de um ano, já na fase juvenil, e medindo cerca de meio metro, os animais são marcados e devolvidos a natureza, ao seu habitat natural, para viver em liberdade. Depois de todas essas medidas, os produtores têm o direito de capturar jacarés que já habitam a fazenda, respeitando a cota de 60% do número de animais que foram recriados e soltos na área de manejo. Essa cota será levada para o abate. ” O abate será feito somente em entrepostos credenciados pela inspeção sanitária”, esclareceu.
Sustentabilidade
Segundo informações do pesquisador do projeto, e coordenador do RAN ( Núcleo Nacional de Répteis e Anfíbios), Marcos Coutinho esse sistema garante a sustentabilidade da espécie na natureza, uma vez que o produtor assegura a sobrevivência de animais que poderiam ter sido predados ainda na fase do ovo ou no primeiro ano de vida. Ele acrescentou ainda que, cerca de 25% dos ovos postos pelas femeas no ambiente natural acabam sendo perdidos e somente 20% dos jovens recém nascidos sobrevivem aos predadores naturais e aos fatores climáticos.
Regiane Figueiredo, presidente do IPP salientou que esse projeto é uma batalha de quatro anos e salientou a importância do trabalho realizado pelo pesquisador Marcos Coutinho. ” Finalmente vamos concretizar nosso sonho. Nós do IPP lutamos arduamente por esse momento, Mato Grosso do Sul , apartir de agora recebe também o Instituto Chico Mendes em Defesa da Biodiversidade presente em vários estados brasileiro. Não tenho dúvidas de que o Projeto Jacaré será um sucesso”.
O lançamento do projeto será nesta segunda feira, 26 dejulho, com horário e local a ser confirmado.
Marta Freire