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Frio esquenta o turismo das serras de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul

por Redacao
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A forte massa de ar polar vinda da Argentina, que atingiu o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, nesta semana, provocando queda brusca de temperatura, esquentou o turismo nos últimos dias, principalmente nas regiões serranas. E a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que o frio continue neste fim de semana, ainda que haja possibilidade da temperatura mínima aumentar um pouco nas próximas horas.

O tempo permanece nublado, com pancadas de chuva e trovoadas nos três estados. O Inmet alerta para a possibilidade de chuva forte no oeste, meio-oeste e planalto sul de Santa Catarina. Segundo o meteorologista Cléo Kuhn, do 8º Distrito do Inmet em Porto Alegre, as mínimas hoje (17) foram registradas em São Joaquim (SC) – onde fez 0 grau Celsius (ºC) – e em Jaguarão (RS), na fronteira com Uruguai – onde foi registrada a temperatura de 0,7 ºC. Segundo Kuhn, essa média de temperatura deve permanecer nos próximos seis dias.

Em Gramado (RS), os termômetros vão oscilar entre 1 °C e 11 °C hoje. Terceiro destino mais visitado do Brasil, Gramado está com seus 146 hotéis e pousadas lotados. “Normalmente, recebemos, todos os anos, no mês de julho, uma média de 300 mil pessoas. Junho, julho e agosto recebem essa média de turistas que querem sentir o frio serrano, ficar na expectativa de ver neve. E nós temos uma ótima infraestrutura que permite tudo isso”, disse o secretário municipal de Turismo, Gilberto Tomasini.

O secretário estadual do Turismo, do Rio Grande do Sul, Heitor Gularte, conta que o estado oferece 11 regiões turísticas, dividadas em microrregiões. “Há variedade de opções. Ecoturismo, enoturismo [degustação de vinhos], aventura, turismo rural, cultural. Aqui, o turista conhece o processo de produção da uva e da transformação em vinho. Temos hotéis fazenda com uma gastronomia típica”.

Segundo Gularte, o estado é o segundo em entrada de turistas via terrestre. “Nos meses de janeiro, fevereiro e março, chegamos a receber 700 mil pessoas mensalmente. A estatística de inverno, estamos fazendo, agora, com a criação de um observatório voltado para esse fim, um trabalho em conjunto com a PUC [Pontifícia Universidade Católica]”, disse.

A serra catarinense é outra opção para o turista que procura por um inverno mais rigoroso. O município de São Joaquim, considerado o mais frio do Brasil, é uma das opções mais procuradas, num roteiro que inclui Urubici e Bom Jardim da Serra e se estende até Praia Grande. Morro da Igreja, em Urubici, é o ponto habitado mais alto do Sul do Brasil, com 1.822 metros de altitude. Em

Urupema, onde geou forte esta semana, a cascata, ponto turístico do município, congelou. Árvores também ficaram cobertas de gelo.

Segundo Flávio Agustini, diretor de Marketing da Santa Catarina Turismo (Santur), empresa vinculada à Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, responsável pelo fomento da atividade, o turismo rural tem sido muito explorado neste frio. Isso, de acordo com ele, fortalece a agricultura familiar de pelo menos 33 municípios, beneficiando cerca de 190 famílias.

“O princípio do turismo é: quem vive em locais quentes quer ir para onde tem frio, quem convive com o frio quer fugir, procura o Nordeste”, comentou. E para potencializar economicamente o turismo do frio, as duas serras, a gaúcha e a catarinense, estão sendo interligadas com a construção da estrada Caminhos da Neve, entre São Joaquim e a divisa com o Rio Grande do Sul. “Até o final do ano que vem, as obras estarão concluídas, diminuindo a distância que o turista terá que percorrer em pelo menos 100 quilômetros para fazer esse roteiro”, informou Agustini.

Agencia Brasil

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