A programação do 11º Festival de Inverno de Bonito vai além do âmbito das artes e cultura. O I Encontro do Geopark Estadual Bodoquena-Pantanal aconteceu ontem (29), no Centro de Convenções, e reportou os participantes ao início da vida, à memória da terra. O evento teve duas etapas: na parte da manhã foram ministradas palestras e à tarde houve a reunião do Conselho Gestor do Geopark.
O Encontro teve como objetivo principal divulgar o Decreto Estadual Normativo, de 22 de dezembro de 2009, que criou o Geopark Bodoquena- Pantanal e também democratizar o conceito de geopark aos universitários,
jornalistas, ambientalistas e pesquisadores a respeito de todos os aspectos que envolvem o projeto de estruturação do geopark em Mato Grosso do Sul e suas ações.
“É importante a presença de vocês. Não basta o Estado decretar a criação, precisamos que a população abrace a idéia, que participe. O geopark é feito para pessoas, para que elas entendam a evolução da paisagem do local aonde elas vivem. O geopark, além de possibilitar o conhecimento, vai estimular a economia, criar novos empregos e gerar desenvolvimento sustentável através do turismo”, discursou Nilde Brun, diretora presidente da Fundação de Turismo de MS e presidente do Conselho Gestor do Geopark.
As palestras foram ministradas por Carlos Fernando de Moura Delphim, Coordenador da Paisagem Cultural da Diretoria de Patrimônio Material do Iphan, que discorreu sobre o tema Paisagem Cultural: conceitos e perspectivas como vetor de desenvolvimento local, e por Nivaldo Vitorino, arquiteto do Estúdio Votupoca de São Paulo, que falou sobre o Centro de Referência Geo-história em Bonito.
Para Carlos Fernando Delphim, o Geopark Bodoquena-Pantanal tem uma característica que o qualifica que é o Decreto Estadual Normativo. Segundo ele, Mato Grosso do Sul tem marcas peculiares que precisam ser reconhecidas, valorizadas e preservadas.
Na sua palestra, Nivaldo Vitorino apresentou para o público o projeto do Geo-museu, que será instalado na cidade de Bonito, numa área ao lado do campus da UFMS. O projeto inicial foi patrocinado pelo Iphan/MS e para sua finalização serão utilizados recursos da prefeitura do município.
Nivaldo utilizou recursos tecnológicos para incitar a curiosidade dos visitantes do geo-museu: “Queremos que os visitantes saiam de lá com vontade de saber mais sobre geologia, sobre a história do homem e sua relação com a terra. O projeto visa acima de tudo resgatar e valorizar a cultura dos povos que aqui habitaram”, explica.
O Encontro teve uma participação expressiva da população, com representantes de diversas entidades, como Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), CPRM (Serviço Geológico do Brasil), Fundação Neotrópica, Instituto Arara Azul, atrativo Abismo Anhumas, Memorial da América Latina, entre outras, além de jornalistas e estudantes.
Na parte da tarde o Conselho Gestor do Geopark Bodoquena – Pantanal, composto por Nilde Brun presidente da Fundação de Turismo de MS e presidente do Conselho Gestor do Geopark, Margareth Escobar Ribas, Superintendente do Iphan/MS e conselheiros dos municípios e entidades envolvidas, se reuniu para apreciação do dossiê que será encaminhado para reconhecimento da Unesco até final de outubro.
Treze municípios fazem parte do Geopark Bodoquena – Pantanal: Anastácio, Aquidauana, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Corumbá, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Ladário, Miranda, Nioaque e Porto Murtinho.
E as entidades envolvidas são: Fundtur, FCMS, Imasul, DNPM, CPRM, Iphan, UFMS, Sebrae, UEMS e CMO.