O PTB aproveitou sua propaganda eleitoral obrigatória, veiculada em cadeia nacional de rádio e TV nesta quinta-feira (24), para tentar vincular o presidenciável José Serra (PSDB) à classe trabalhadora. “Serra sempre esteve ao lado do trabalhador”, disse a narração da peça, que usou imagens gravadas na convenção nacional do PTB, realizada entre 18 e 19 de junho em São Paulo.
Ao longo do programa, foi dada atenção especial ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), benefício criado por Serra durante seu mandato como deputado constituinte no final da década de 1980 e que “viabilizou o seguro-desemprego”, nas palavras do ex-governador de São Paulo. Também foram mencionadas as conquistas do ex-ministro da Saúde a frente do ministério. O discurso de combate às drogas também voltou a aparecer.
Além disso, Serra fez promessas, como a de instaurar o “Prouni do ensino técnico”, o Protec, semelhante ao ProUni, programa instituído pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva que concede bolsas de estudo para alunos carentes em universidades privadas. Prometeu, ainda, fornecer remédios gratuitamente à população, em alusão a um programa semelhante implementado na cidade de São Paulo durante sua gestão à frente da capital.
Na semana passada, a legenda oficializou apoio ao tucano na disputa pelo Palácio do Planalto. Apesar da aliança formal com o PSDB, o partido, que integrava a base do governo Lula até o escândalo do mensalão, ficou rachado em relação a coligação com Serra. Ao final da propaganda, o presidente da sigla, Roberto Jefferson, apareceu discursando a favor do tucano. “Serra presidente!”, disse.
Rádio
Em seu programa de rádio, no entanto, o partido não exibiu Serra. A peça apresentou uma entrevista com o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (SP), que falou sobre o veto do presidente Lula ao fator previdenciário. “Lula vetou fator previdênciário e jogou fora uma luta de anos”, afirmou a narração, em referência ao dispositivo que joga para baixo o valor das aposentadorias. “Queremos acabar com esse maldito fator previdenciário”, disse.
O parlamentar ainda discutiu a questão da previdência com base na alegação de que a previdência está “quebrada”. “Tá quebrada coisíssima nenhuma. Tem que quebrar a cara de quem fala essas bobagens”, afirmou Jardim. “Cambada de safado e sem vergonha”, disse, em referência à área econômica do governo. “O fator previdenciário só interessa aos grandes conglomerados brasileiros”.
UOL Eleições