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Desmate do Pantanal supera o da Amazônia

por Redacao
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O Pantanal, bioma brasileiro reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural Mundial, perdeu 15,18% de sua área original até 2008. Entre 2002 e 2008, o ritmo de devastação de sua cobertura foi maior do que o registrado em outros biomas, como a Amazônia e a Caatinga. Esses são os resultados do primeiro monitoramento feito sobre o bioma, divulgados nesta semana pelo Ministério do Meio Ambiente, num projeto apoiado pelo PNUD.

Em sete anos, a região perdeu 4.279 km2 de mata, o equivalente a 2,82% de sua cobertura original. A porcentagem é maior do que a registrada na Amazônia (2,24%) ou na Caatinga (2,01%), ficando apenas abaixo da registrada no Cerrado, que viu 4,17% de sua cobertura vegetal desaparecer no período.

É a primeira vez que a planície pantaneira tem dados oficiais sobre desmatamento. A iniciativa faz parte do projeto Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros, realizado pelo MMA em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o PNUD.

Antes, somente a Amazônia contava com esse tipo de ferramenta. Atualmente, dos seis grandes biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampas), faltam apenas dados sobre a Mata Atlântica e os Pampas, mas o processo deve ser implementado até o final do ano.

Os dados anualizados indicam que o Pantanal perdeu, em média, 713 km2 de vegetação a cada ano. No entanto, não há como saber se o ritmo de devastação cresceu, diminuiu ou manteve-se estável nesse período, já que os resultados baseiam-se somente na comparação entre 2002, quando foi feito um retrato de todos os biomas brasileiros a pedido do MMA, e 2008, o primeiro ano do monitoramento via satélite para todos eles.

Só a partir deste ano, quando saírem os resultados da comparação 2008-2009, é que o governo contará com esse tipo de avaliação.

Diretrizes

O Programa de Monitoramento deve auxiliar o governo a traçar planos mais eficientes no combate aos principais vetores do desmatamento. Segundo Luciano Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, é preciso descobrir, em cada região, como exatamente se dá essa ação e quem são seus agentes.

Ele cita como exemplo a Caatinga, onde os principais agentes do desmatamento são famílias de pequenos proprietários que vendem lenha para os pólos gesseiro e cerâmico da região. A ação do Ministério, portanto, foi centrada nessas indústrias. “Não podemos proteger o bioma a custa da sobrevivência do povo”, explica.

Para o Pantanal, os prováveis vilões são a pecuária e a lenha para usinas siderúrgicas, “que ainda insistem em utilizar o carvão de áreas nativas para a obtenção do ferro gusa”.

No entanto, um diagnóstico mais preciso do quanto cada um contribui para esse desmatamento vai precisar de mais pesquisas. “Os grandes [desmatadores] serão punidos imediatamente. Se identificarmos que essa produção ocorre em pequenas propriedades, daremos outro tratamento”, afirma Evaristo.

Penud Brasil

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