Com os níveis baixos nos principais pontos entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, os rios pantaneiros não devem transbordar este ano provocando a cheia da bacia. Em Cuiabá, a capital do Mato Grosso, o rio Cuiabá iniciou a semana com 2,36 m, subiu 14 centímetros em relação ao domingo. Já em Ladário, ponto de referência no Mato Grosso do Sul, a régua marcava hoje pela manhã, 2,40 m, alta de 2 centímetros. Os pesquisadores da Embrapa Pantanal consideram cheia quando o nível do rio Paraguai chega aos 3 metros na régua de Ladário, o que está bem longe de acontecer.

A base do farol Balduíno em frente ao Porto de Corumbá está fora da água. Foto: Andrè Navarro
O que determina a cheia na planície pantaneira são os níveis de precipitação na cabeceira do Alto Pantanal, região que fica na divisa dos dois Estados. Está chovendo pouco este ano e, com isso, as possibilidades de inundação são cada vez menores, Os picos das cheias geralmente são registrados nos meses de maio e junho, com o que há pouco tempo para elevação. Uma cheia de boas proporções é considerada quando o rio chega aos 4 metros e, depois dos 6 metros é verificada uma supercheia.
O Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, pertencente à Marinha do Brasil e que tem sede no 6º Distrito Naval de Ladário, registra diariamente os níveis dos rios desde o ano de 1900. Pelas informações do boletim de navegação desta segunda feira, 08/04, o rio Paraguai hoje estava em 4,61 m na cidade de Porto Murtinho; 4,35 m em Bela Vista do Norte; 1,27 m em Forte Coimbra e 3,98 m na cidade mato-grossense de Cáceres.
Das cinco maiores cheias registradas no Pantanal, quatro tiveram o pico no mês de abril e uma no mês de maio. A maior marca foi em 1988 quando o rio Paraguai atingiu 6,64 em abril; a segunda foi em 1905 com o nível máximo de 6,62 m em maio. Na terceira o pico foi de 6,56 m em 1995, no mês de abril. A quarta maior cheia foi, também no mês de abril, no ano de 1982, quando a altura do rio ficou em 6,52. A quinta marca foi no ano de 1913 com nível de 6,39 m no mês de abril.
Apesar de a história mostrar que as maiores cheias aconteceram em abril e maio, a maior parte dos picos de cheia foi mesmo em maio e junho e também há registros de acontecimentos nos meses de junho e julho, embora sejam raros. Tudo depende da chuva, se ela cair com mais intensidade ainda há possibilidade de haver cheia no Pantanal, mas se isso não acontecer, este ano não haverá mesmo cheia. A previsão da meteorologia para hoje é de aumento de nuvens e pancadas fracas e isoladas de chuva a qualquer momento, mas a precipitação não deve superar os 5 milímetros.