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“Toro Candil” encantou adultos e crianças na festa julina do CEI/Detran na Capital

por Redacao
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Foto: Divulgação

Quem participou da terceira edição da festa julina do Centro de Educação Infantil Claudete de Oliveira da Vera Cruz (CEI/Detran), no último dia 11, teve um presente diferenciado. E, com certeza, agradou-se com aquele cenário de pessoas, cores, fantasias, brincadeiras, alegorias e invocações religiosas, poéticas e teatrais, elementos próprios de um universo cultural ainda desconhecido para muitas pessoas.

O presente era uma representação do icônico Toro Candil, figura ilustrativa de um dos mais antigos e fascinantes produtos da criatividade cultural das Américas. Com a combinação de motivações devocionais da religião cristã e os processos artístico-culturais que espelham a enorme diversidade civilizatória dos povos latino-americanos, o Toro Candil foi à Escolinha do Detran conduzido pelas mãos de quem o repatriou ao solo fronteiriço Brasil-Paraguai, a cineasta Mara Silvestre.

Criadora, diretora e roteirista de três documentários audiovisuais sobre o Toro Candil, Mara Silvestre disse que o sucesso da visita à Escolinha contemplou os objetivos de seu trabalho. Ela salientou que em ambientes com este perfil, povoado por crianças, professores, agentes públicos e pessoas de todos os segmentos, é possível fazer o resgate das bases culturais e fortalecê-las com as identidades históricas desta porção continental, garantindo o mais amplo acesso a referências civilizatórias subsidiando ações públicas e privadas de promoção econômica e cultural.

Esta leitura é feita por olhares qualificados, como o da educadora, folclorista e escritora Marlei Sigrist, uma das gabaritadas pesquisadoras do Toro. E ela sabe muito bem que, ao prestigiar patrimônios históricos da cultura sul-mato-grossense, o CEI/Detran aproxima seu público de vivências variadas, como rodas de tereré, saberes sobre comitivas pantaneiras, a contemplação sonora de sons e músicas – como o chamamé, o vaneirão, polcas paraguaias -, uma culinária saborosíssima e o brinde extra com o tradicional Toro Candil.

MANIFESTAÇÕES FRONTEIRIÇAS – Tia-avó de uma das crianças que fazem parte da instituição, Mara Silvestre vibrou com a atitude da coordenadora Ananda Anizelli, ao chamar as suas educadoras e as crianças de 03 a 06 anos para dialogarem sobre a história do Toro Candil. Compartilharam então o filme sobre a trajetória e a tradição do Toro Candil, presença no chão brasileiro em manifestações fronteiriças. As crianças ficaram encantadas diante dos chifres e da bola conhecida como pelota tatá, que pega fogo enquanto é jogada. Os homens mascarados, conhecidos como os mascaritas, também foram destacados como um diferencial durante o diálogo e a transmissão do documentário “Os Mascaritas e Pelota Tatá”.

O CEI-Detran/MS, têm como fundamento teórico e educativo, a crença de que as crianças são sujeitos sociais e protagonistas no seu processo de aprendizagem. Por esta razão é que, em uma conversa entre a diretora Ordália Alves de Almeida e Mara Silvestre, a ideia foi abraçada de imediato. Renovou-se ali a certeza de que a cultura regional deve ser valorizada e reconhecida pelas crianças, educadores (as) e a comunidade educativa.

FOLCLORE – A força e a beleza sócio-cultural do Toro Candil conquistam crescentes reconhecimentos e as suas representações abrem espaços para atender os mais diversos públicos e eventos culturais. Um deles é o convite para abrilhantar a Estação Folclore, nos dias 19 e 20 de agosto. É a programação da Semana Nacional do Folclore, na Casa da Cultura de Campo Grande.

Realizada pela Comissão Sul-Mato-Grossense do Folclore e a Casa da Cultura e outras parcerias, a Estação Folclore agendou para 19 de agosto, em duas sessões (uma às 17h30m e outra às 20h45m), a exibição de duas peças audiovisuais da trilogia do Touro Candil: “Las Promeseras” e “Los Mascaritas e Pelota Tatá”. Dirigidos e roteirizados por Mara Silvestre, os dois curtas registram partes componentes da festa de Nossa Senhora de Caacupé em Porto Murtinho, como as festeiras que geram o evento a partir de suas promessas e devoções, bem como os brincantes mascarados que animam o público. São manifestações tradicionais locais, ampliadas para a Festa do Toro Candil, de origem espanhola e reprocessada no Paraguai. Fixou-se na saga civilizatória como expressão cultural da fronteira entre Brasil e Paraguai. Os filmes exploram as cores, músicas, danças e rituais dessas tradições, revelando a riqueza cultural desta fração latino-americana que abriga a atual Rota Bioceânica. A mediação será feita por Mara Silvestre e a comentarista será Marlei Sigrist, presidente da Comissão Nacional de Folclore.

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