Início » SOS Pantanal apoia extensão da “Lei do Dourado” para preservação da espécie até 2029 em MS

SOS Pantanal apoia extensão da “Lei do Dourado” para preservação da espécie até 2029 em MS

Deputado quer proibir a pesca do peixe dourado em MS até 2029

por Redacao
0 comentários

A proibição da pesca e comercialização dessa espécie já existe, mas a atual legislação perde sua validade em 10 de janeiro de 2024. – Foto: Arquivo

Prestes a perder sua validade, a “Lei do Dourado”, nº 5.321, de 10 de janeiro de 2019, proíbe a captura, o embarque, o transporte, a comercialização e o processamento da industrialização da espécie Salminus risiliensis ou Salminus maxillosus, o peixe Dourado, em Mato Grosso do Sul.

No entanto, a proibição é válida de 10 de janeiro de 2019 até 10 de janeiro de 2024, estando prestes a encerrar esse ciclo de preservação da espécie. Diante disso, o deputado estadual, João César Mattogrosso, protocolou na Assembleia Legislativa um projeto de Lei que altera e estende a proibição até 2029.

“Fica vedado a captura, o embarque, o transporte, a comercialização, o processamento e a industrialização da espécie Salminus brasiliensis ou Salminus maxillosus – “Dourado”, no Estado de Mato Grosso do Sul, até a data de 10 de janeiro de 2029, ressalvadas a modalidade “pesque e solte”, o consumo dos pescadores profissionais e os exemplares criados em cativeiro”, reitera o artigo 1º da alteração proposta.

O deputado justifica que o projeto de lei tem por finalidade estender por mais cinco anos a proibição da captura, embarque, transporte, comercialização, processamento e industrialização do Dourado (Salminus maxillosus).

“Ao estender o prazo de vedação contido na Lei n. 5.321 de 2019, a proposta acaba por promover o repovoamento do Dourado nos rios de Mato Grosso do Sul. Dourado é a espécie que efetivamente representa a Pesca Esportiva no Pantanal, e deve ser preservada, devendo ser uma preocupação de todos”, defende João César Mattogrosso.

Ainda segundo a redação do texto do projeto de lei, devido ao seu comportamento agressivo, a cor dourada das escamas e carne saborosa, o Dourado é um dos peixes mais cobiçados pelos pescadores, sendo um risco a extinção de sua espécie.

“A norma proposta visa justamente preservar a espécie. Já tramita na Câmara Federal proposição legislativa que visa interromper a pesca comercial do Dourado em todos os rios brasileiros, PL n. 503/22. Por essa razão, solicita-se o apoio dos deputados estaduais para a aprovação da presente proposição”, reforça a justificativa do projeto de lei.

Por fim, João César Mattogrosso reforça que a proposta, então, vem ao encontro do esforço compreendido por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para harmonizar o regramento ambiental dos dois Estados, especialmente a preservação das espécies nativas.

Cabe destacar que conforme o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), a pesca do Dourado já é proibida desde 2013 no município de Corumbá. Em Mato Grosso, por sua vez, a captura do dourado é vedada desde 2012 e no Paraná desde 2018.

SOS Pantanal apoia extensão da “Lei do Dourado”

A SOS Pantanal destaca que um dos símbolos da biodiversidade pantaneira é o dourado, peixe que colore rios e córregos da região. Sua beleza e carne saborosa, entretanto, são atrativos para comerciantes, que, com atividade incessante, chegaram a colocar a espécie sob risco de extinção.

Diante disso, a entidade atuou junto de especialistas e comunidades locais, em conjunto com o poder público, para aprovação, em 2019, da Lei Estadual Número 5.321 no Estado do Mato Grosso do Sul, que estabeleceu punições à captura do peixe por cinco anos.

No entanto, a atual legislação perde sua validade no dia 10 de janeiro de 2024. Sendo assim, apoiam a alteração proposta pelo deputado João César Mattogrosso.

A SOS Pantanal destaca que a “Lei do Dourado” resultou em notório conhecimento público quanto à recuperação da espécie, hoje facilmente encontrada nos rios da Bacia do Prata, como Paraguai e Paraná. A situação contrasta com a do período de 2007 a 2016, quando foram capturados mais de 100 mil quilos de dourado no Mato Grosso do Sul.

Para Gustavo Figueirôa, biólogo e diretor de Comunicação do SOS Pantanal, o cenário hoje, de toda forma, não pode ser considerado ideal para a liberação do abate do dourado. A maior parte dos exemplares da espécie se encontra em estágio de desenvolvimento, em tamanhos pequenos.

“Ainda não existem estudos sólidos sobre o aumento da população dessa espécie, nenhum suficiente para permitir o abate sem colocar novamente a espécie em risco. Temos contato com diversos pescadores profissionais que apoiam a manutenção dessa proibição. Todos relataram observarem um aumento nos números de Dourados após a promulgação da lei, e concordam que ela deve continuar protegendo essa espécie símbolo das águas da bacia do Paraguai”, afirma.

Atualmente, a captura da espécie pode render multa de R$ 2,7 mil a partir do Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul (SCPESCA/MS).

O SOS Pantanal, junto ao Passo da Lontra Parque Hotel, hotel Barra Mansa e Pousada Morro do Azeite, pede extensão do prazo da ‘Lei do Dourado’ por mais cinco anos, além da inclusão de duas espécies ao escopo da legislação: surubim pintado e surubim cachara. Fonte: Correio do Estado

Você Pode Gostar