
Prefeitura de Bonito foi um dos endereços alvos da ação. – Foto: Divulgação/PMB
O prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues (PSDB), exonerou os servidores municipais presos durante investigação contra corrupção. Nota oficial publicada nesta sexta-feira (10) anuncia a medida.
Isso porque a Operação Águas Turvas, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), prendeu os servidores. São implicados o então secretário de Administração e Finanças de Bonito, Edilberto Cruz Gonçalves, e a diretora de Licitações, Luciane Cintia Pazette.
“A Prefeitura Municipal de Bonito informa que o prefeito Josmail Rodrigues exonerou os servidores Edilberto Cruz Gonçalves, do cargo de secretário de Administração e Finanças, e Luciane Cintia Pazzete, do cargo em comissão de diretora do Departamento de Licitação”, diz a nota.
Contudo, a formalização acontecerá na próxima edição do Diário Oficial do município. Ou seja, na próxima segunda-feira (13).
Troca dos servidores
Antes da exoneração, Josmail já havia tomado providências. Conforme publicado no Diário Oficial do município, o prefeito designou Elcio da Silva Casanova para ocupar, interinamente, o cargo de secretário de administração e finanças. Ele estava nomeado no gabinete do prefeito.
Já o servidor Jander Claro Cruz foi designado para ocupar interinamente a função de tesoureiro do município de Bonito.
Além disso, vale ressaltar que o prefeito Josmail não aparece como citado nas investigações.
A ação do Gecoc também prendeu o empreiteiro Genilton da Silva Moreira, o empresário Carlos Henrique Sanches Corrêa e o corretor de imóveis Luis Fernando Xavier Duarte — preso em flagrante com arma de fogo e solto após pagar fiança.
Fraude de R$ 4,3 milhões em licitações
Além das quatro prisões, os agentes cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em Bonito, Campo Grande, Terenos e Curitiba (PR). Agentes também estiveram na Prefeitura Municipal de Bonito.
A investigação do Gecoc identificou um grupo que atuava fraudando constantemente licitações de obras e serviços de engenharia em Bonito, desde 2021. São vários certames fraudados, simulando concorrência e prevendo exigências para favorecer as empresas investigadas.
Servidores públicos integram o esquema, em que repassavam informações privilegiadas a empresários e organizavam a fraude licitatória para ajudar as empreiteiras a vencerem. Em troca, recebiam vantagens indevidas.
Os investigados são suspeitos dos crimes de organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, entre outros.
“Águas Turvas”, termo que dá nome à operação, faz alusão a algo que perdeu a transparência ou limpidez e contrasta com a imagem de Bonito, reconhecido por suas belezas naturais e águas cristalinas, as quais, contudo, vêm sendo maculadas pela atuação ilícita dos investigados.
Prefeitura se posicionou
Em nota divulgada após a operação, a administração afirmou que “foram adotadas todas as medidas necessárias para garantir pleno acesso aos objetos do mandado de busca, em total colaboração com as autoridades competentes”, reforçando ainda que “a administração municipal sempre pautou suas ações pela legalidade, ética e transparência junto à população”.
Por fim, disse que “a Prefeitura permanece à disposição das autoridades responsáveis para fornecer todas as informações e documentos necessários ao devido andamento das investigações”, afirmou o texto da gestão do prefeito Josmail Rodrigues (PL), que, ao longo do dia, não retornou às diversas tentativas de contato da reportagem, para manifestação sobre a ação. Fonte: Midiamaxuol