Início » Construção de ponte sufoca o Rio Aquidauana com terra e sedimentos

Construção de ponte sufoca o Rio Aquidauana com terra e sedimentos

por Redacao
0 comentários

Terra invade parte do Rio Aquidauana para construção de ponte e alarma moradores – Foto: Reprodução

A construção de uma ponte sobre o Rio Aquidauana, dentro das obras de implementação da BR-419, tem causado apreensão entre moradores e ambientalistas. A principal queixa é o grande volume de sedimentos depositados no leito do rio, o que levanta dúvidas sobre o método utilizado.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Alex Mello, diretor-executivo do Gabinete da Prefeitura de Aquidauana, disse que o acúmulo de terra no rio chamou sua atenção e também despertou questionamentos da população.

O vídeo mostra o trabalho de caminhões e tratores, que vão até praticamente o meio do rio, além do fim da mata ciliar, com um grande volume de árvores cortadas próximas, que serviriam para conter a terra que desce em dias de chuva.

“Muitos estão indagando se isso não prejudicaria o rio, causando um impacto ambiental. Será que, depois da obra vão voltar o curso do rio normalmente? São perguntas que precisam ser respondidas para acalmar a todos que defendem nosso rio e meio ambiente”, afirmou.

A ponte será de concreto armado e terá 397 metros de extensão. O projeto integra as obras previstas para a BR-419, que ligará o entroncamento da BR-163, em Rio Verde de Mato Grosso, até Jardim, passando por Aquidauana e Nioaque.

Um ambientalista ouvido pela reportagem, que preferiu não se identificar, reforçou a preocupação de pescadores com o assoreamento do rio. “Colocaram um volume muito grande de terra. O método construtivo foi encher o rio para instalar as vigas”, criticou.

PMA afirma que acompanha diariamente as obras de ponte sobre o Rio Aquidauana – Foto: Reprodução/PMA

A licença de instalação concedida pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) exige uma série de medidas que visam diminuir os impactos ambientais causados pela obra, como a criação de um Plano Ambiental de Construção e o controle de processos erosivos e de assoreamento, que preveem programas específicos para evitar a erosão e a deposição de sedimentos no rio, que é justamente a principal preocupação da população com o método de construção.

Em nota, o Imasul informou que a obra possui licença de instalação regularmente emitida e que a PMA (Polícia Militar Ambiental) realizou vistoria no local e não constatou irregularidades até o momento. O órgão destacou ainda que continuará acompanhando os trabalhos e poderá adotar medidas, caso sejam identificadas práticas que causem impactos ambientais adversos.

A reportagem também entrou em contato com a PMA e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), mas até a publicação da matéria não obteve resposta. O espaço segue aberto para pronunciamento. Fonte: Campo Grande News

Você Pode Gostar