Presidida pelo deputado Zeca do PT (PT), a Comissão de Desenvolvimento Agrário, Assuntos Indígenas e Quilombolas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) reuniu-se nesta sexta (22) para debater a implantação de modelo para facilitar o acesso dos produtores rurais da agricultura familiar aos créditos fundiários para cooperativas.
Entre os participantes, representantes do Governo do Estado, da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e de instituições financeiras.
Zeca do PT relatou que discutiu o modelo garantidor com o Governador Eduardo Riedel (PSDB), que se mostrou favorável à iniciativa. “O governador ficou muito entusiasmado na reunião de hoje. Vejo um avanço significativo para gerar renda, desenvolvimento e oportunizar uma vida melhor para os pequenos produtores”, ressaltou.
O parlamentar acrescentou que os Poderes de diferentes esferas se uniram para promover um ‘novo momento’ para a Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul a partir de 2025. “Está sendo elaborado o selo verde, para a certificação dos produtos que são originados na agricultura familiar. Também criamos o programa de Residência Agrária que disponibiliza técnicos para atenderem as comunidades produtivas. Com essa iniciativa de facilitação do acesso ao crédito, dando um grande passo para iniciar um novo momento na agricultura familiar do Estado”, declarou Zeca do PT.
Sibá Machado, diretor da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), Sibá Machado, apresentou detalhes do fundo garantidor Garanticoop, que facilita o acesso a diferentes modelos de financiamento. “Em quase 40 anos de militância, no setor da agricultura familiar, chegou a hora de avançar. Fizemos vários contratos e, em breve, acredito que todo o Centro-Oeste estará participando. Há a expectativa de fechar um grande acordo com o Banco do Brasil e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O governador de Mato Grosso do Sul nos recebeu agora há pouco, antes de virmos aqui, e nos recepcionou bem. Agora é colocar a tarefa em dia”, afirmou Sibá.
Washington Willeman de Souza, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), destacou o papel da agência, no contexto. “Saúdo a todos, a frente da Agraer. Somos a única instituição no Estado credenciada para emissão do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar [CAFs], em uma articulação bem forte do deputado Zeca junto ao Governo. Estamos ampliando o quadro para atender com mais efetividade a nossa agricultura familiar estadual, que é constituída de mais de 80 mil famílias. Estamos aqui para aprender e implementar as novas políticas que tem aparecendo ao longo do Governo do presidente Lula para fortalecer a agricultura familiar País afora”, disse.
Antonio Henrique, conselheiro da Garanticoop, explicou como funciona a cooperativa. “É uma ferramenta para bons pagadores, a inadimplência muda de uma rua para outra, de um assentamento para o outro. Devemos trabalhar para melhorar essa consciência nossa sobre educação financeira. Precisamos das lideranças das comunidades para ajudarem a trabalhar isso aí. No geral, a inadimplência é menor com as operações da Garanticoop, o que ajuda o gerente e linhas de pontas. O Garanticoop funciona como um guarda-chuva. Cada etapa pode direcionar e o aportador onde vai o seu fundo aplicado, deve fazer um aporte em várias atividades. Se houver falha em uma, as outras garantem. É isso, a alavancagem para o crédito moderno”, considerou.
Laura dos Santos, representante nacional do Movimento Sem Terra, expressou sua satisfação nos resultados que estão tornando-se realidade. “No Estado onde prevalece o agronegócio, o deputado da agricultura familiar é o Zeca do PT, que sempre trouxe isso para a Casa de Leis. Precisamos estar organizados, cooperativas, associações. Linhas de produções variadas, ouvir isso é importante para nós, para melhorar as nossas condições de vida. E agora o Selo Verde que para nós é uma alegria e satisfação, sem ser desperdiçado e jogado fora o alimento. Sonhamos com a Reforma Agrária”, concluiu.
Thiago Borges, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, destacou que “a nossa luta é para que o crédito aconteça. Cooperativas que tanto admiramos, e fazem o que o Banco do Brasil não consegue fazer, onde não consegue chegar, é um grande começo e grande início. Fantástico o papel do Banco do Brasil, mas ainda falta muito. Precisamos pensar num banco para o Mato Grosso do Sul. Estados que tem bancos estão fortalecidos”, ressaltou.