Operação de resgate envolvendo os ministérios do trabalho (MPT e MTE) encontrou, em uma fazenda no Pantanal de Mato Grosso do Sul, 15 pessoas trabalhando em situações análogas à de escravo.
Segundo a Polícia Federal em Nota, distante aproximadamente 425 km da Capital, Campo Grande, o flagrante foi registrado no município de Corumbá, sendo que denúncias foram responsáveis por desencadear a operação.
Quanto às graves violações de direito, os trabalhadores que estavam em uma região “remota e de difícil acesso, alcançada apenas após três dias de viagem de barco”, essas pessoas estavam expostas a:
- Privação de água potável;
- Alimentação insuficiente e
- Impedimento de deixar o local de trabalho.
Imagens obtidas pelo trabalho de investigação mostram, por exemplo, que a água disponível para esses trabalhadores era imprópria para consumo, o que gerava nessas pessoas constantes casos de diarreia.
Entenda
Entre as demais condições desumanas, a alimentação era fornecida semanalmente pelos empregadores e considerada insuficiente, o que obrigava os funcionários locais a caçarem para complementar as próprias refeições
Além disso, o local reservado como alojamento desses trabalhadores eram improvisados, com um punhado de madeiras montando o que seriam os pilares e estruturas, que eram cobertos e envolvidos por lonas e material vegetal seco.
Sem qualquer proteção, para afastar animais ou mesmo as condições mais adversas do clima (como vento e chuva) os funcionários se amontoavam em camas e redes dispostas entre as cabanas e cobertas com mosquiteiros.
Sem instalações sanitárias ou água para banho, esses trabalhadores eram ainda ameaçados, segundo a Polícia Federal em nota, para que não denunciassem a situação.
Investigação detalhada permitiu que o operação policial não só identificasse exatamente onde os trabalhadores estavam alojados, como também possibilitou o resgate seguro.
Depois disso, foi garantida assistência imediata às vítimas, que recebem também acompanhamento à partir desse momento, bem como suporte para restabelecer seus direitos trabalhistas e sociais.
“Os empregadores responderão pelas sanções administrativas e trabalhistas cabíveis, sem prejuízo de sua responsabilização criminal pelo crime de redução a condição análoga à escravidão”, expõe a PF.
‘Lista Suja’
Conforme última atualização do Ministério do Trabalho e Emprego da chamada “Lista Suja”, ao todo seis propriedades de Mato Grosso do Sul entraram, neste ano de 2024, na relação de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão.
Ainda em 07 de outubro veio a público a última atualização da Lista, por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontando que, dos 727 nomes totais, 13 propriedades de Mato Grosso do Sul aparecem relacionadas atualmente. Fonte: Correio do Estado