
Cineasta Marineti Pinheiro e a Associação Cultural de Realizadores Indígenas (Ascuri).
Nesta sexta-feira, 25, às 17h, durante o XXVII Encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine) que acontece na UFMS, será realizada uma cerimônia de homenagens onde os nomes escolhidos de Mato Grosso do Sul foram da Cineasta, e Mestre em Cinema Latino-americano, Marineti Pinheiro e a Associação Cultural de Realizadores Indígenas (Ascuri).
A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) foi criada em novembro de 1996 com o objetivo de promover a realização e o intercâmbio de pesquisas e estudos de cinema em suas mais diferentes manifestações, incentivando assim a reflexão e a troca de ideias sobre cinema e audiovisual no Brasil. Hoje, a SOCINE conta com mais de 1000 sócios, a grande maioria professores e alunos de pós-graduação.
Marineti foi escolhida pela sua contribuição ao cinema e audiovisual, em especial pelas pesquisas que resultaram nos primeiros livros sobre cinema em MS que foram “Salas de Sonhos – Histórias dos cinemas de Campo Grande” (2008) e “Salas de Sonhos II – Memória dos cinemas de Mato Grosso do Sul” (2010) ambos pela Editora da UFMS. A indicação foi dada pelo curso de Audiovisual da UFMS de forma unânime entre os professores, pelo seu pioneirismo e dedicação à atividade. Marineti fez uma palestra na segunda-feira sobre seu trabalho no pré-Socine para alunos e convidados que vieram para o evento, em seguida percorrem a cidade passando pelos espaços que foram salas de cinema, nesse recorrido o mais surpreendente foi a possibilidade de entrarem no Cine Center, localizado na Antiga Rodoviária de Campo Grande.
Já a Associação Cultural de Realizadores Indígenas (Ascuri) foi escolhida pelo trabalho em coletividade, e a temática de abertura da Socine realizada foi justamente a produção indígena com exibição do filme “Ava Yvy Vera – terra do Povo do Raio”, e uma mesa de debate com participação da estudante do Curso de Audiovisual, a indígena Guarani Kaiowá Daniela Jorge João, com cineasta boliviano Ivan Molina, e a cinasta indígena Patrícia para Yxapy, com medição da professora da UFMS Daniela Siqueira.
Com o tema Desver o mundo e reinventar a cena” a Socine desse ano fala de especular a respeito de uma historiografia diversa, adensar a emergência de cenas audiovisuais para além do eixo, explorar questões envolvendo o setor de exibição, a produção indígena e dos nossos vizinhos bolivianos e paraguaios, e a formação universitária no Centro Oeste.
Organizado pelo curso de Audiovisual da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul que é o primeiro do Estado, criado em 2019, num gesto de absoluta coragem, para atender uma enorme demanda local. Uma demanda que se sente a cada esquina e que acabou por moldar o perfil extensionista do curso que já vem deixando sua marca na vida cultural da Cidade Morena. Essa vontade de audiovisual, no entanto, revela uma curiosa espécie de paradoxo. Fazer, estudar e pesquisar audiovisual no Mato Grosso do Sul é conviver cotidianamente com uma certa precariedade e urgência. É sentir-se à margem, distante, vulnerável; e no centro, protagonista, às voltas com a necessidade de construir e recriar formas diversas de se pensar, fazer e pertencer.
Sobre as homenageadas:
Marineti Pinheiro é cineasta formada pela Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños (Cuba), na carreira de cinema Documentário. Mestre em Cinema Latino Americano pela FNCL e ISA (Cuba). Jornalista de formação coordenou o Museu da Imagem e do Som de MS de 2015 a 2022. Membro efetiva do IHGMS, dirigiu filmes de curtas, média e longa metragem premiados local e nacionalmente, promove cursos livres de formação, trabalha de forma voluntária com Mulheres Indígenas da etnia Guarani Kaiowá de MS, e, é empreendedora na Sonhares Filmes.
Ascuri é formada por um Grupo de jovens realizadores/produtores culturais indígenas de Mato Grosso do Sul foi idealizada em 2008. Seus integrantes buscam, por meio da linguagem cinematográfica e das novas tecnologias de comunicação, desenvolver estratégias de formação, resistência e fortalecimento do jeito de ser indígena tradicional.