Quem costuma visitar os atrativos turísticos da região pantaneira sonha em avistar uma onça-pintada. No último fim de semana, o empresário Wladimir Corrêa, a esposa e amigos tiveram a sorte de testemunhar um casal de onça-pintada tão à vontade que nem se incomodaram com a presença deles e acasalaram às margens do Rio Miranda.
Segundo Wladimir, eles se hospedaram no Morro do Azeite para pesca esportiva, no trecho que fica próximo a Corumbá, aproximadamente 420 km de Campo Grande. Eles contrataram um piloteiro para o barco, que no percurso disse que tinha visto a pelagem pintada entre as plantas que beiram o rio. Ao retornar para o ponto indicado, foram surpreendidos com os felinos juntos. A fêmea, inclusive, usa uma coleira de monitoramento.
“Elas estavam bem no barranco, mas quando nos aproximamos elas subiram para a da borda. Achei bem bonito, lindo! É outra coisa você vê pessoalmente e você vê na filmagem gravada. O olho dela, o semblante dela, o barulho que elas fazem. Ficamos ali uns dois, três minutinhos pra não incomodar muito, com a lancha desligada. Foi quando elas ‘dar uma namorada’ bem na nossa frente’, compartilha o empresário.
Quem costuma frequentar a região com esses felinos sabe que é bem difícil. “É um momento único, porque as onças se escondem na mata quando escutam o barulho do motor do barco. Quando voltamos para o hotel o recepcionista ficou impressionado, porque muitas pessoas sonham em ver pelo menos uma, mas nós avistamos duas e ainda cruzando’, completa Wladimir.
O registro foi feito, para ser mais exato, no passeio de domingo (28). Aquela região é monitorada pela iniciativa Reprocon, que acredita na conservação dos animais selvagens através da reprodução assistida. Só no Morro do Azeite e Passo do Lontra ja foram colocadas coleiras de GPS em 15 onças-pintadas. ‘Ver casais de onça-pintada acasalando e um sinal muito positivo, mostra que a espécie está conseguindo se manter no ambiente. Provavelmente essa fêmea de coleira é uma das que a gente monitora’, disse o pesquisador Ribeiro de Araújo, do Reprocon e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), ao Campo Grande News.