O Museu da Imagem e do Som homenageia um dos maiores ícones do blues com uma exibição de filmes especiais. A Mostra de Cinema “The Blues – Uma homenagem a Robert Johnson” começa na próxima segunda-feira (9) e segue até o dia 13 de agosto, sempre às 13 horas, no Memorial da Cultura, com entrada gratuita.
A mostra irá exibir uma série de filmes impressionistas sobre o blues produzidos e idealizados por Martin Scorsese e dirigidos por nomes de destaque do cinema mundial. Scorsese, Clint Eastwood, Mike Figgis, Charles Burnett, Marc Levin, Richard Pearce e Wim Wenders partilham a sua paixão pela música através das câmaras e captam a essência do blues e a sua ressonância emocional.
As interpretações musicais foram especialmente gravadas para cada filme e se destacam através da forma como cada realizador explora o blues e a sua influência global. O som nasceu nas plantações de algodão do Mississipi, onde os escravos negros influenciados pelos ritmos africanos o elegeram como sua música e estendeu-se pelo mundo ao influenciar grande parte da música contemporânea.
Ao fim de cada sessão será realizado um debate com os músicos e cineastas Jean Albernaz e Rodolfo Ikeda. O objetivo é construir um panorama sobre o universo deste importante estilo musical e sobre os filmes e diretores apresentados.
Robert Leroy Johnson (8 de Maio, 1911 – 16 de Agosto, 1938) foi um cantor e guitarrista norte-amerciano de blues. Citado por alguns como o maior cantor de blues de todos os tempos, Johnson modificou o estilo de execução do estilo, empregando mais técnica, riffs mais elaborados e maior ênfase no uso das cordas graves para criar um ritmo regular.
Influenciou artistas como Muddy Waters, Bob Dylan, The Rolling Stones e Eric Clapton. Por suas inovações, músicas e habilidade com a guitarra ficou em quinto lugar no ranking dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos da revista Rolling Stones.
Confira a programação da Mostra:
Dia 9
A Alma de um Homem (Soul of a Man – Direção: Win Wenders, 99 min, 2003).
Em A Alma de Um Homem, o realizador Wim Wenders analisa a tensão dramática do Blues, entre o sagrado e o profano, ao explorar a vida e música de três dos seus artistas favoritos dos Blues: Skip James, Blind Willie Johnson e J.B. Lenoir.
Com uma parte histórica e outra de peregrinação pessoal, o filme conta a história dessas vidas de música, através de uma extensa sequência de ficção, de um arquivo de imagens raras, de documentários atuais e da reprodução das suas músicas por artistas contemporâneos, tais como: Shemekia Copeland, Garland Jeffreys, Nick Cave, Los Lobos, Eagle-Eye Cherry, Vernon Reid, James Blood Ulmer, Lou Red, Bonnie Raitt, Marc Ribot, The Jon Spencer Blues Explosion, Lucinda Williams e T Bone Burnett.
Aquecido pelo Fogo do Diabo – (Warming by the Devil’s Fire – Direção Charles Burnett, 88 min, 2003).
Charles Burnett explora o seu próprio passado como um jovem rapaz que se movimenta de um lado para o outro, entre Los Angeles e o Mississipi, balançando entre um tio que adora o blues e uma mãe que considera o som a música do Diabo. O filme de Burnett faz uma audaciosa mistura de histórias imaginárias com imagens documentais de um anfitrião de lendas dos Blues, num conto sobre o reencontro de um jovem com a sua família no Mississipi, em 1955, dramatizando as tensões entre a tendência espiritual do gospel e as diabólicas lamentações dos Blues.
Dia 10
De Regresso a Casa (Feel Like Going Home – Direção Martin Scorsese, 79 min, 2003).
Em busca da origem dos Blues, o realizador Martin Scorsese viaja com o músico Corey Harris desde as plantações de algodão do Mississipi até às margens do rio Níger, na África.
Este documentário sobre as raízes dos blues apresenta verdadeiras relíquias de arquivo bem como atuações de Corey Harris, Willie King, Taj Mahal, Keb’Mo’, Otha Turner, Habib Koité, Salif Keita e Ali Fraka Toure.
A Caminho de Memphis (Road to Memphis – Direção Richard Pierce, 88 min, 2003).
O Realizador Richard Pearce traça a odisséia musical da grande lenda do Blues, B.B. King, em um filme que é um tributo à cidade onde nasceu um novo estilo de Blues. Pearce leva-nos também pela aos bastidores dos blues, com os veteranos de Memphis Bobby Rush e Rosco Gordon.
A homenagem de Pearce a Memphis apresenta atuações originais de B.B. King, Bobby Rush, Rosco Gordon, Ike Turner, Reverendo Gatemouth Moore e Little Milton, assim como inclui uma sequência de imagens de arquivo de Howlin’ Wolf, B.B. King, Rufus Thomas, Little Richard, Fats Domino, The Coasters, entre outros.
Dia 11
Padrinhos e Filhos (Godfathers and Sons – Direção Marc Levin, 95 min, 2003).
Neste animado filme conduzido por Marc Levin, a lenda do Hip-Hop Chuck D (do Public Enemy) e Marshall Chess (filho de Leonard Chess e herdeiro da Chess Records) voltam a Chicago para explorar o apogeu do blues, tentando criar uma produção musical que reúna os veteranos com os músicos atuais do Hip-Hop, tal como se fez com os Common e os The Roots.
Juntamente com imagens de arquivo inéditas de Howlin’ Wolf, estão atuações originais de Koko Taylor, Otis Rush, Magic Slim, Ike Turner e Sam Lay.
Red, White & Blues (Red, White & Blues – Direção Mike Figgs, 93 min, 2003).
O filme de Mike Figgis é um misto de entrevistas com artistas chave do movimento britânico do blues e com uma nova música de jam session, improvisada por um elenco de estrelas nos famosos estúdios de Abbey Road: Tom Jones, Jeff Beck, Lulu entre outras referências dos clássicos, acompanhados por uma magnifica banda de músicos. O resultado é eletrificante.
Dia 12
Piano Blues (Piano Blues – Direção Clint Eastwood, 91 min, 2003)
O realizador – e pianista – Clint Eastwood explora a sua paixão de toda a vida pelo Piano Blues, usando um tesouro de atuações históricas e raras, assim como também entrevistas de lendas vivas.
Piano Blues é composto por entrevistas e atuações de Ray Charles, Dr. John, Marcia Ball, Pinetop Perkins, Dave Brubeck, Jay Mcshann, entre outros; inclui também imagens de arquivo Ray Charles, Ottis Span, Art Tatum, Albert Lammons, Pete Johnson, Jay Mcshann, Big Joe Turner, Oscar Peterson, Nat King Cole, Martha Davis, Fats Domino, Prof. Longhair, Charles Brown e Duke Ellington, entre outros.
Lightning in a Bottle – Um Tributo ao Blues (Lightning in a Bottle – Direção Antoine Fuqua, 110 min, 2003).
No dia 7 de Setembro de 2003, Estrelas musicais do rock, do jazz e do rap subiram ao palco do Radio City Music Hall de Nova Iorque para prestarem um tributo a uma herança e paixão comum – o blues.
Com a produção executiva de Martin Scorsese, produção de Alex Gibney e realização de Antoine Fuqua, o filme do concerto capta a emoção dessa noite mágica e conta a história do blues através das atuações, das entrevistas de bastidores, ensaios e imagens de arquivo de alguns dos maiores nomes da música americana, como Muddy Waters, John Lee Hooker e muitos outros.
Dia 13
Aquecido pelo Fogo do Diabo
A Alma de um Homem