Acabou a Era Dunga na Seleção Brasileira, mas continuou a escola gaúcha. Só que, embora também seja do Rio Grande do Sul, Mano Menezes tem um estilo bem diferente do antigo treinador. A começar pela experiência. Diferentemente do ex-técnico, o ex-corintiano passou por diversos clubes antes de assumir o Brasil.
Credenciado pelo bom trabalho que fez no Timão ao longo de dois anos e sete meses, Mano Menezes é um viciado em futebol. Assiste a muitos jogos por semana. Muitos mesmo. Não só do futebol brasileiro, mas também do europeu. Estudioso da bola, ele procura sempre alguma lição tática. Para usar e também combater.
Detalhista, o novo técnico da Seleção não cansa de analisar as atuações de sua equipe. No dia seguinte às partidas, lá vai ele para sua sala rever o jogo, procurar elogios e encontrar os erros. Cobrança é com ele mesmo. Mano não é um técnico de passar a mão na cabeça. Aplaude na hora de aplaudir, mas cobra sempre.
Da mesma maneira que analisa minuciosamente os adversários e as partidas do seu time, Mano Menezes lê tudo que sai na imprensa. Não só em relação ao time que comanda, mas também os outros assuntos relacionados ao futebol. Até por isso, dificilmente foge de alguma pergunta nas coletivas ou perde a cabeça.
Bem diferente de Dunga, que vivia em clima de guerra com os jornalistas. Mano tem uma visão mais ampla dessa relação, principalmente porque a sua filha, Camila Menezes, é formada em jornalismo e trabalha diretamente com ele nessa preparação. Mas há um assunto que tira o treinador do sério: Carlos Leite.
No Corinthians, reformulação da equipe e pouca chance aos jovens
O empresário do treinador é também procurador de muitos outros jogadores, alguns deles do Corinthians. Em algumas oportunidades, Mano foi questionado sobre alguma preferência por esses atletas e mostrou-se sempre bastante incomodado com esse tipo de especulação.
Em seu mais novo desafio, Mano Menezes terá a missão de reformular a Seleção Brasileira. Dar uma cara nova àquela equipe que ficou marcada por mais uma decepção nas quartas de final de uma Copa do Mundo. Inicialmente, a prioridade será observar os mais jovens, já visando ao Mundial de 2014 no Brasil.
No Corinthians, Mano não deu tantas chances a jogadores das categorias de base, mas em sua chegada, em janeiro de 2008, teve a meta de reformular um elenco após o rebaixamento à Série B. Logo de cara, levou o Timão ao vice-campeonato da Copa do Brasil e conquistou a Segundona com uma campanha de primeira.
Globo.com