Ao receber, em evento público nesta terça-feira, 13, o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a presidenciável petista Dilma Rousseff fez afagos ao movimento dos sem-terra, mas disse que defenderá, se eleita, a reforma agrária “não porque o MST quer, e sim porque o Brasil precisa”. “Não tratamos os movimentos sociais a base de bordoada ou fingindo que os escutamos. Tratamos movimentos sociais com respeito”, disse a candidata.
Dilma, no entanto, evitou comentar pontos polêmicos tratados no documento entregue pela Contag a ela como sugestões de plataforma de governo. No texto, de 12 páginas, a confederação pede, entre outras coisas, a revisão dos índices de produtividade e a revogação de medidas aprovadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, que criminalizam a luta pela terra e suas organizações.
Essas sugestões estavam incluídas na primeira versão do plano de governo registrado pelo PT na Justiça Eleitoral, e que depois das primeiras reações contrárias, por conter propostas polêmicas, foi retirado, sob a alegação de que era o documento errado. A Contag pede, agora, a recolocação das propostas na versão definitiva do projeto de governo petista. Na saída do evento, apesar da previsão da assessoria de que daria entrevista, Dilma foi embora sem atender a imprensa.
Desenvolvimento
A petista também sugeriu que o adversário dela na campanha, José Serra (PSDB), pretende, se conquistar a presidência, acabar com o ministério do Desenvolvimento Agrário. “Tem gente, meu adversário por exemplo, propondo acabar com o ministério do Desenvolvimento Agrário. É um absurdo”, disse Dilma, para completar que, graças ao trabalho da pasta, o Brasil se tornou uma potência agrícola.
Ao subir ao palco, Dilma vestiu rapidamente o boné da Contag. Durante o discurso, foi recebida com aplausos ao anunciar a inclusão de dois milhões de agricultores familiares no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Ao final, Dilma também ressaltou os feitos no governo Lula para o setor. Ela apontou, por exemplo, que na história do Brasil foram assentadas um milhão de família, das quais 59% pelo governo do PT. “Vamos continuar fazendo a reforma agrária não porque o MST quer, mas porque é muito bom para o Brasil”.
Agencia Estado