Artesanato, alimentos e roupas fabricados por empreendedores familiares, além de atividades culturais, são os atrativos oferecidos aos visitantes da 7ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo. Aberta na última quinta-feira (16), a feira vai até amanhã (20), na Concha Acústica, à beira do Lago Paranoá, em Brasília, e tem entrada franca.
Ao todo, são carca de 650 empreendimentos familiares e 550 toneladas de produtos de todas as regiões do país. Segundo os expositores, a feira é uma oportunidade de aumentar as vendas e divulgar seus produtos. Paulo Rodrigues da Silva, que há 30 anos trabalha na fabricação de peças artesanais de Mestre Vitalino, em Caruaru, interior de Pernambuco conta as vantagens de estar na feira.
“Nessas feiras as vendas dobram. Também vêm pessoas que entram em contato com a gente depois pedindo muitos artigos por encomenda”, afirmou. Segundo ele, que trabalha com a esposa e seus quatro filhos, além da capital Recife, o empreendimento já conta com clientes regulares nos estados do Rio de Janeiro e Paraná. A família confecciona 1,5 mil artigos de Mestre Vitalino por mês.
Artur Lima, assentado da Reforma Agrária em Campina Verde, no Triângulo Mineiro, está na feira vendendo farinha feita da mandioca que planta em 4 hectares dos 19 hectares de seu sítio. Segundo ele, que trabalha com a mulher e mais três filhos, a família não consegue atender a todos os pedidos, que já vieram até de uma empresa canadense.
“Não faço contrato porque não consigo cumprir com a quantidade que produzimos. Eu quero comprar um forno maior para aumentar bem a produção e crescer”, afirmou Lima, que em 2008 ganhou o prêmio de melhor farinha de mandioca de sua região.
Outro vendedor é o “Seu Alvino”, como é conehcido em Alta Floresta, no Mato Grosso. Presidente da Cooperativa Castanha do Brasil ou Castanha do Pará, que conta com cerca de 35 trabalhadores e 150 catadores e fornecedores de castanha, ele diz ser pioneiro na técnica de saborização do produto sem uso de aditivos químicos. O empreendedor reclama, no entanto, da falta de apoio para sua atividade.
“Estamos entre dois vales muito férteis onde dá para desenvolver o extrativismo consciente, desde que nos ajudem”, disse Alvino, que começou nessa atividade há cinco anos, “quando houve uma reviravolta e foi necessário criar emprego para quem trabalhava no desmatamento, que era forte na região”.
Além do sabor natural, ele oferece castanhas sabor alho, orégano, defumada, cebola e picante, entre outras.
Além da entrada franca, também está sendo oferecido transporte gratuito para a feira partindo da Rodoviária do Plano Piloto de Brasília a cada 15 minutos, inclusive no horário dos shows, à noite. O evento é promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Agencia Brasil