As tecnologias na Produção de Tambaqui, desenvolvidas pela Rede de pesquisa Aquabrasil, foram apresentadas no “1º Workshop de Produção de Tambaqui”, realizado nos dia 16 e 17 de junho, na cidade de Manaus – AM, para um público de mais de 150 pessoas, entre aquicultores, piscicultores, técnicos de órgãos públicos e produtores rurais interessados no tema.
Durante o evento, realizado pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pelo Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA), Sepror e Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), foram apresentadas pesquisas de ponta desenvolvidas pelas principais instituições e universidades do Brasil. Durante as palestras, os participantes puderam conhecer mais sobre as diferentes perspectivas da cadeia produtiva desta espécie de pescado, levando em conta o melhoramento genético, a nutrição, a sanidade, as boas práticas de manejo e de gestão dos sistemas de cultivo e o processamento agroindustrial.
Na primeira palestra do Workshop, o representante do MPA, Eric Arthur Bastos Routledge, apresentou as perspectivas e ações do Ministério no que diz respeito à ciência e tecnologia para a aqüicultura brasileira. Já a coordenadora da Rede Aquabrasil, pesquisadora da Embrapa Pantanal Emiko Resende, apresentou as propostas do Programa de Pesquisa, bem como os objetivos e a importância do projeto. Segundo a pesquisadora, o salto tecnológico necessário para garantir a produção aquícola sustentável no país, que inclui o uso de linhagens melhoradas, a elaboração de rações balanceadas, o controle sanitário, as boas práticas para a redução de impactos ambientais e o aproveitamento agroindustrial, somente será alcançado por meio de investimentos em pesquisas integradas focadas em rede.
No segundo dia de atividades, os participantes foram a campo conhecer a Unidade de Observação de Produção de Tambaqui, localizada na fazenda F. Lopes, no município do Rio Preto da Eva, a 86km de Manaus, onde diversas pesquisas estão sendo desenvolvidas e validadas. Na fazenda são produzidos, atualmente, de 9 a 11 toneladas/hectare/ano de tambaqui em_tanques escavados. O aquicultor e proprietário da fazenda, Paulo Renato F. Lopes, que há mais de 14 anos trabalha com a criação de tambaquis, relata que além da produção do pescado está implantando uma fábrica de ração extrusada, com capacidade de produção de três toneladas/hora. “Com a parceria estabelecida com a Embrapa, passando a ser assessorado por especialistas da área, foi possível pensar em aumento de produtividade e lucratividade”, explica o produtor. O próximo passo é a produção da ração que será consumida no empreendimento e vendida para outros produtores. O mercado atual da aqüicultura na região é promissor já que encontramos, no Amazonas, todos os insumos necessários para a criação de peixes em cativeiro, com disponibilidade de alevinos, indústria de equipamentos, de produtos químicos, e fábricas de ração”, completa o produtor.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) e coordenadora do evento, Cheila Boijink, o objetivo do workshop, de repassar informações ao setor produtivo e identificar as demandas para o desenvolvimento da produção do tambaqui, foi atingido com sucesso, contribuindo para suprir uma lacuna do setor. “A demanda pela espécie só na cidade de Manaus é de 14 mil toneladas/ano, o que mostra a necessidade de desenvolver novas tecnologias para aumentar a produção”, relata a pesquisadora. O tambaqui, espécie nativa da Amazônia, foi a espécie escolhida para os estudos na Região norte do País por apresentar bom desempenho na criação intensiva, além da grande demanda do mercado consumidor. As pesquisas em melhorias tecnológicas desenvolvidas na Rede Aquabrasil para o pescado visam inovar e aumentar a produção da espécie, por meio de maior eficiência na criação em cativeiro, suprindo a demanda que a captura dos estoques naturais não consegue atender, resultando em preços mais acessíveis para o consumidor.
Rede Aquabrasil
O Projeto em Rede “Aquabrasil: Bases Tecnológicas para o Desenvolvimento da Aquicultura no Brasil” congrega diversas Unidades descentralizadas da Empresa, mais de 140 pesquisadores e pós-graduandos, universidades, centros de pesquisa e membros da iniciativa privada e do setor produtivo de todas as regiões do país. Além do financiamento da Embrapa, conta com recursos substanciais do MPA, que está possibilitando a execução do projeto em sua totalidade. São 4 milhões de reais para investimento e custeio destinados às Unidades da Embrapa e Instituições parceiras. O principal objetivo do projeto é desenvolver pesquisas que promovam um grande salto tecnológico na aquicultura elevando a sustentabilidade do ponto de vista econômico, social e ambiental, para a cadeia produtiva das principais espécies cultivadas na aqüicultura no Brasil. Os trabalhos tiveram inicio em 2008 e estão programados até 2011.
Além do Tambaqui outras 3 espécies estão sendo estudadas: a cachara, a tilápia e o camarão branco. Eventos sobre a cadeia produtiva da cachara e do camarão branco serão realizados em 2011. Em maio deste ano a Rede realizou, na cidade de Diamante do Norte, no Paraná, o evento “Inovações no cultivo de tilápias”, onde pesquisas desenvolvidas atualmente no Brasil para o desenvolvimento sustentável do cultivo de tilápias em tanque-rede foram apresentadas para um público de mais de 200 participantes.
Embrapa Pantanal