A Prefeitura de Campo Grande vai intensificar a fiscalização em imóveis públicos e privados, como forma de combater de maneira efetiva os focos do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. O proprietário do imóvel onde forem encontrados focos de reprodução do mosquito estará sujeito à multa que varia de R$ 100 a R$ 15 mil, dependendo da gravidade.
A medida foi anunciada hoje pelo secretário municipal de Saúde, Leandro Mazina, durante entrevista coletiva concedida na sede da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), para falar das novas ações de combate a dengue que começam a ser implantadas a partir do mês de agosto, na Capital.
Foram elaboradas cinco estratégias: mobilização social; descentralização/territorialização das ações da dengue na atenção básica; bloqueio de transmissão de casos; capacitação da Remus (Rede Municipal de Saúde) e intensificação das ações de vigilância sanitária e ambiental.
A diretora da Vigilância em Saúde, Márcia Dal Fabro ressaltou que os bairros do Cruzeiro, Jardim Bela Vista, Itanhangá, Vila Carvalho, Monte Líbano, Jardim São Bento e Vila Glória apresentam os maiores índices de infestação do mosquito, conforme último boletim do Lira (Levantamento de Índices Rápido de Infestação).
“Os fiscais encontram certa resistência em adentrar nestes locais. Mediante a essa dificuldade, a Prefeitura está buscando instrumentos legais para fazer a fiscalização e, se de fato forem constatado focos do mosquito, o proprietário será autuado para que tome as providências necessárias”, explicou Márcia.
Dentre as medidas de combate a dengue, a Sesau passará a articular com outras secretarias o repasse de informações de problemas em áreas privadas e públicas.
Será criado um protocolo para agilizar a expedição de alvarás judiciais para o ingresso em imóveis da cidade, cujos proprietários ofereçam resistência quanto às vistorias rotineiras feitas pelos técnicos da Sesau. Caso necessário, este proprietário estará sujeito às penalidades previstas no Código Sanitário do Município de Campo Grande.
Leandro Mazina ressaltou que neste primeiro momento as ações estarão concentradas na mobilização social. A Prefeitura vai atuar em escolas, entidades, aldeias urbanas e sociedade em geral. “Existe uma série de ações neste sentido. As pessoas estão retornando das férias de julho para as escolas, universidades. Ou seja, residências e escolas estiveram fechadas por um período, o que pode ter gerado novos ambientes propícios à reprodução do mosquito”, reforçou Mazina.
Outra ação importante da Sesau será a integração dos agentes de saúde epidemiológicos e agentes comunitários que, juntos, somam dois mil profissionais atuando diretamente junto aos moradores, nas visitas domiciliares.
“O tempo de resposta de focos do mosquito será reduzido, significativamente. Os agentes trabalharão em conjunto para detectar o problema e resolvê-lo em seguida”, explicou a diretora de Atenção Básica da Sesau, Ana Paula Gonçalves.
Bloqueio – O Ministério da Saúde fez a substituição do produto químico utilizado na borrifação em residências, para o combate do mosquito. O produto, que antes era diluído em água, passará a ser diluído em óleo de soja, o que permite maior eficácia para exterminar o mosquito da dengue.
Será feito o bloqueio de casos suspeitos de dengue com bombas costais portáteis e o bloqueio mecânico com retirada de criadouros por agentes de saúde epidemiológico e comunitário, num raio de 150 metros.