O Departamento de Operações de Fronteira (DOF) apreendeu em Mato Grosso do Sul no mês de julho uma quantidade de maconha superior à soma das apreensões de todo o primeiro semestre. De janeiro a junho, 3.185,426 quilos da droga foram apreendidos; no último mês, as operações evitaram que 4.175, 435 quilos de maconha fossem colocados no mercado.
De acordo com o comandante do DOF, coronel Joel Martins dos Santos, a produção da planta de maconha está em plena safra no Paraguai, por isso é maior a tentativa de tráfico para o Brasil através de Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo, o serviço de inteligência policial atua no mapeamento da região fronteiriça para coibir a entrada da droga. “Os traficantes mudam constantemente de lugar. Nós, então, procuramos levantar a atuação na região e passar as informações para o policiamento ostensivo”, explica o comandante.
Insumo essencial para o trabalho dos policiais, a informação permite otimizar o emprego de homens e viaturas e torna mais bem sucedidas as operações de repressão. “Com esse trabalho, nós conseguimos saber que um determinado ponto se tornou passagem de pessoas com a droga, ou de traficantes que utilizam bicicleta, veículos, e assim por diante”, diz o coronel Joel Martins.
Os números constam do balanço com os resultados das principais atividades desenvolvidas pelo DOF no período de janeiro a julho de 2010. Além da maconha, aumentou também a apreensão de pasta-base de cocaína. As quantidades de haxixe, cocaína e crack, ao contrário, diminuíram. Não que um montante maior dessa droga tenha passado despercebido, explica o comandante do DOF. “O próprio tráfico muda. Os traficantes migram de uma droga para outra, conforme o que rende mais naquele momento. Por isso é importante o trabalho da inteligência, que ajuda a identificar essa mudança”.
Brinquedos
O balanço mostra um crescimento também na apreensão de brinquedos contrabandeados. De janeiro a junho foram 447 volumes (com mais ou menos cem unidades cada um), e em julho, 301 volumes.
O ditetor do DOF acredita que a proximidade de datas comemorativas como o Dia dos Pais, em agosto, e o Dia da Criança, em outubro, é que fazem aumentar a compra ilegal a partir do segundo semestre. E nesse período, muitos compradores também já começam a trazer produtos para as vendas de fim de ano. Grandes centro de estados como São Paulo, Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal são abastecidos com mercadoria vinda do Paraguai.
Atentos ao modo de atuação dos contrabandistas, os órgãos policiais já identificaram que muitos estão agindo utilizando uma cidade fora da fronteira como entreposto. O comandante do DOF explica que, em função de a região fronteiriça ser bem vigiada – além do DOF, atuam a Força Nacional, Polícia Federal, Polícias Rodoviárias Estadual e Federal -, contrabandistas agem no sistema de “formiguinha”, trazendo produtos em quantidade menor e centralizando em um determinado ponto para transportar depois. “Assim, eles também tentam evitar que, sendo pegos, percam grande quantidade”. Mas essa forma de agir, também está sendo coibida. Recentemente, foram apreendidas duas toneladas de brinquedos no município de Nova Alvorada do Sul. “É uma atuação coordenada com a Inteligência, de descobrir o cenário e atuar de forma ostensiva”, finaliza o comandante do Departamento de Operações de Fronteira.