Foi firmado na segunda-feira (12.07) um convênio entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS) e o a 2ª Vara de Execuções Penais visando a ressocialização de detentos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, conhecido como Presídio da Gameleira. Pelo convênio será desenvolvido o projeto Vida Nova, pelo qual será cultivada uma horta orgânica e com operação manual, aproveitando a mão de obra dos apenados.
O convênio foi assinado entre o presidente do Conselho Administrativo do Senar, Ademar Júnior, o juiz da 2ª Vara de Execuções Penal, Albino Coimbra Neto, e o diretor presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Deusdeti Souza de Oliveira. Com a orientação dos técnicos do Senar, os internos do Centro Penal vão trabalhar na implantação e cultivo aproximadamente um hectare, produzindo inicialmente folhosas como rúcula, alface e rabanete. Inicialmente, 25 presos serão ocupados pela iniciativa, mas a previsão é de que o projeto absorva 150 detentos.
Além de levar formação profissional aos apenados, o objetivo é envolvê-los em atividades que os estimulem para o retorno ao convívio social. “O mais importante é criar um ambiente para que quem cumpre pena saia daqui melhor. A grande vantagem é a ocupação dos presos”, ressaltou Coimbra Neto. “Estamos empolgados em juntar três objetivos neste projeto: gerar ocupação, capacitar os internos e desenvolver uma atividade de sustentabilidade para o presídio”, enfatizou Ademar Júnior.
De tudo que for produzido, 20% será doado para instituições de caridade e os outros 80% serão comercializados com valores divididos entre a manutenção da instituição e a recompensa aos participantes do projeto. Ao trabalhar na horta, os apenados também poderão se beneficiar da redução da pena, visto que a legislação prevê que a cada três dias de trabalhado um é reduzido da pena. Segundo o presidente da Agepen, 50% dos nove mil presidiários do Estado desenvolvem algum tipo de atividade. “A maioria dessas oportunidades são trazidas por parceiros como o Senar. Precisamos de mais parcerias como essa”, reconheceu Oliveira
A horta
A intenção é que sejam utilizadas culturas de rápido crescimento e que demandem bastante mão de obra. A previsão é de que em 45 dias a primeira safra de verduras esteja pronta para a colheita. Todo o trabalho será feito manualmente, sem a utilização de qualquer maquinário. Toda a produção será agroecológica e utilizará práticas que incluem o preparo de compostagem, adubação verde, cobertura dos canteiros, rotação de culturas, diversificação de cultivo, consorciação de culturas, cultivo de plantas repelentes, uso de caldas orgânicas, controle biológico, uso de calda bordalesa, cultivo de plantas medicinais e fitoterápicas, plantio de hortaliças de acordo com a época do ano e que siga as recomendações agronômicas. O projeto tem um tempo estimado de 18 meses de implantação e a intenção é de que, futuramente, sejam agregadas à horta outras iniciativas relacionadas ao agronegócio.