A mãe de Eliza Samudio, Sonia Fátima Moura, conseguiu, nesta quinta-feira (8), a guarda provisória do neto de 4 meses. A informação foi confirmada pelo advogado Sérgio Barros da Silva, que representa o pai da jovem, Luiz Carlos Samudio. Ele tinha conseguido a guarda da criança na segunda-feira (5), na Justiça do Paraná.
Segundo ele, a criança está nacasa de Luiz Carlos, em Foz do Iguaçu (PR). A mãe de Eliza deve sair de Minas Gerais até a cidade paranaense para buscar o neto.
A informação da alteração da guarda provisória da criança também foi confirmada pela advogada de Sônia, Tássia Borges. Segundo ela, a decisão foi tomada pelo juiz Guilherme Cubas César, titular da Vara de Família de Foz do Iguaçu.
De acordo com o advogado de Luiz Carlos Samudio, o magistrado é o mesmo que havia concedido a guarda da criança para o avô. Nenhum dos advogados explicou os motivos apresentados pelo juiz para alterar a guarda provisória do bebê.
A mãe de Eliza Samudio já havia dito, que pretendia pedir a guarda do neto. “Quero resgatar aquilo que me foi tirado tempos atrás, porque não pude ter minha filha ao meu lado. Quero reconstituir isso. É um direito meu como mãe e como avó”, disse Sônia, que mora em Mato Grosso do Sul.
Sônia disse que deixou Foz do Iguaçu em 1994, anos depois de se separar de Luiz Carlos. “Depois disso, Eliza chegou a morar comigo por três anos, mas estava em São Paulo já há seis anos”, disse ela.
Investigação
O goleiro Bruno e o amigo dele, Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, serão transferidos para um presídio em Bangu, no Rio, nesta quinta-feira. Os dois passaram a noite em celas improvisadas e separadas na Delegacia de HomcidiosnaZona Oeste do Rio.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, dono da casa em que estaria o corpo de Eliza Samudio, em Vespasiano (MG), seria o responsável pela execução, morte e desaparecimento da jovem, segundo o delegado Edson Moreira, um dos responsáveis pelas investigações. Ainda segundo o delegado, o ex-policial teve a prisão temporária solicitada pela polícia.
Na quarta-feira (7), policiais entraram, por volta das 15h20, na casa em que estaria o corpo de Eliza. As equipes chegaram ao local orientadas pelo menor que prestou depoimento, na terça-feira (6), no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, ele acompanhou os agentes durante a vistoria no local.
“O menor nos acompanhou nas buscas pela casa e chorava compulsivamente lembrando a cena do crime. Fomos ao local para verificar a versão apresentada pelo adolescente. A investigação está praticamente chegando ao fim. Cerca de 80% do depoimento do adolescente é verdadeiro”, diz Moreira.
De acordo com o delegado Wagner Pinto, que esteve no local com o menor, o adolescente descreveu com riqueza de detalhes o interior da casa, antes da entrada das equipes no imóvel. “Ele mencionou que havia vários cães no local e que o executor teria jogado parte do corpo de Eliza para os cães. Quando chegamos na casa, o menor apontou o local e ficou abalado”, diz.
Morte de Eliza
“O que é certo é que o menor teria ido com Macarrão e Eliza para uma residência, onde houve a execução da Eliza por asfixia mecânica. Neném teria estragulado, matado e desovado o corpo. Ele fez o estrangulamento, com o braço, pelas costas de Eliza. Depois da execução, Neném solicitou que o menor e outro homem que estava com eles saíssem que ele providenciaria a desova do corpo”, afirma Wagner.
Segundo o delegado, Macarrão, o goleiro Bruno, do Flamengo, o menor e Marcos estão diretamente envolvidos na morte de Eliza. “Fazendo o cruzamento das provas objetivas e subjetivas, como os depoimentos, podemos dizer que tudo aponta para a ocorrência de homicídio”, afirma.
G1