Após serem abordados e algemados por agentes federais por engano ontem à noite, os policiais civis de Aracaçatuba, que estavam em Mato Grosso do Sul para cumprir um mandado de prisão, registraram na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Três Lagoas um boletim de ocorrência por abuso de autoridade.
Segundo o site da Rádio Caçula, os policiais federais haviam recebido informação de que um carro caracterizado como sendo da polícia estaria trazendo armas de grosso calibre do Paraguai para membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) de São Paulo. Segundo a denúncia anônima, os ocupantes do veículo se passariam.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) foi acionada para dar suporte na abordagem dos supostos contrabandistas. O carro em que os policiais civis de Araçatuba utilizavam – uma Blazer – foi avistado pela primeira vez no quilômetro 140 da BR-262, no município de Água Clara. Por conta da alta velocidade, os policiais rodoviários decidiram aborda-los somente no quilômetro 21, já em Três Lagoas.
Por policiais para evitar qualquer busca no carro
Durante a abordagem, estavam presentes 6 policiais federais e 1 delegado, 4 policiais rodoviários federais e 3 policiais militares do Rotai de Três Lagoas. Na Blazer, estavam 4 investigadores da seccional de Araçatuba e José Antonio Scatolin, acusado de participar de um racha em Araçatuba, que teria resultado na morte do filho de um juiz.
O delegado da Deco paulista, Carlos Henrique Cotait, vinha em um Fox logo atrás, acompanhado dos repórteres Maurício Ferraz e Eduardo Mendes, do programa Fantástico da Rede Globo. Assim que estacionaram, os policiais federais ordenaram que os civis deitassem no chão para que fosse realizada busca nos veículos. Após deitarem no chão, os policiais e o repórter foram algemados.
Na Blazer foram encontradas armas de grosso calibre pertencentes aos policiais, porém estavam legalizadas. Houve confusão, pois os policiais federais não conseguiram identificar os policiais civis como autoridades. Somente quando o Delegado Cotait apresentou a autorização para transporte de Scatolin que a situação se acalmou.
No boletim de ocorrência, Contait afirma que os investigadores foram algemados antes de ser dada voz de prisão.