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Jornalista do Intercept ministra palestra sobre jornalismo investigativo na Capital

por Redacao
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Em Campo Grande para ministrar palestra sobre jornalismo investigativo, o editor do site Intercept Brasil, Leandro Demori, revelou que o site detém conteúdo ‘explosivo’ inédito, mas que a divulgação ainda depende de cruzamento de dados e contextualização. O site ficou conhecido nacionalmente por divulgar áudios relacionados à Operação Lava Jato, por meio de conversas privadas do atual ministro Sérgio Moro quando atuava como juiz e interferiu nos trabalhos da operação.

Chegada de editor à Fetems contou com esquema de segurança – Leonardo de França/ Midiamax

“Tem muita coisa não divulgada ainda, o acervo é muito grande. A gente segue trabalhando com os parceiros”, informou, sobre 15 matérias divulgadas no Intercept e que se espalharam por meio de publicações em veículos nacionais e internacionais. O editor intitula o material como Vaza Jato, fazendo menção ao nome da operação.

Divulgação fracionada

Em coletiva de imprensa na Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Leandro comentou o interesse incomum pela fonte que vazou as conversas às quais o site teve acesso. E garantiu que o material a ser publicado contém informações inéditas, mas que precisam ser contextualizadas.

“É impossível você divulgar todo o arquivo, porque talvez a maior parte do arquivo sejam conversas de foro íntimo ou sejam conversas absolutamente banais que não têm interesse nenhum”, explicou. Apesar disso, a divulgação de trechos específicos caiu como bomba sobre os trabalhos da operação que ficou conhecida nacionalmente e transformou Moro em ícone da moralidade.

O diferencial, explica o editor, foi o trabalho de contextualização feito sobre os áudios. “Qual é o trabalho que a Intercept, a Folha, a Veja, o Buzzfeed, o Reinaldo [jornalista Reinaldo Azevedo], a Band News e o El País estão fazendo? A gente está olhando o material e identificando as conversas que têm interesse público”, destacou.

Celular do Cunha

De acordo com ele, a partir disso é preciso fazer apurações dentro e fora do material, ouvir fontes externas e entender o que estava acontecendo na Lava Jato e no País no momento em que a conversa ocorreu.

“Porque às vezes o diálogo ele parece não dizer nada. Ele parece um diálogo vazio. A gente teve um exemplo disso na reportagem publicada pelo Buzzfeed na semana passada. Eles pegaram um diálogo aparentemente vazio, que não citava o nome de ninguém, que era um diálogo que poderia passar desapercebido em uma conversa normal como era a conversa, nesse caso, privada entre o Deltan Dalagnol e o juiz Sérgio Moro, e fizeram uma pesquisa extensa externa”, contou.

Segundo ele, a procura incluiu saber o que acontecia nos trabalhos da operação daquele dia. O resultado foi a revelação de que o ex-juiz Sérgio Moro teria aconselhado a força-tarefa da Lava Jato a não apreender o celular do Eduardo Cunha quando ele foi preso. “Então isso é uma matéria absurdamente explosiva, você não imagina que um juiz vá dizer para uma força-tarefa não apreender o celular do Eduardo Cunha”, comentou.

“Isso foi achado depois de muito esforço, depois de muito trabalho. Então é por isso que a gente está soltando o material dessa forma”, resumiu. Sobre o material inédito, ele disse que o site não fala sobre futuras histórias do arquivo do Intercept. Mas que o site continuará fazendo o trabalho de jornalismo. Com informações do Midiamax

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